18 de outubro de 2010

Mãe de primeira viagem = caloura de faculdade




Quando ainda estava grávida,percebi que ser mãe de primeira viagem seria algo bem parecido com ser caloura em uma faculdade! Eu tive a oportunidade de vivenciar os dois lados, e comparando vi que são muito parecidos!

As comparações começavam ainda na gravidez.

Grávida e a escolha da profissão:
Quando eu estava grávida escutava vários conselhos sobre a maternidade e todas as possíveis previsões de como seria meu filho: loiro, cabelo liso igual ao da mãe, cabelo de anjinho igual ao pai, branquelo igual à mãe, moreno igual ao pai, será alto, cabeludo, careca, olhos verdes, olhos castanhos. Eram tantas opiniões que embananavam minha mente, e para mim o mais importante mesmo era que viesse com muita saúde! Depois vieram os conselhos sobre o parto, enxoval, maternidade, amamentação.
Eram tantas escolhas a serem feitas que me senti novamente com meus 17 anos, terminando meu 2° grau e na cabeça um turbilhão de dúvidas que atingem todos os formandos: qual seria minha profissão? Qual escolha de curso eu faria?
Pensei em direito, engenharia, microbiologia, biomedicina, e no final acabei entrando de gaiata em biologia por 1 semestre. Mas o desejo mesmo era a farmácia, e foi essa a escolha que fiz 6 meses após. A dificuldade na escolha de qual curso faria, foi a mesma sobre qual roupinha seria a eleita para ser a saída de maternidade.

Mãe de primeira viagem = caloura de faculdade:
Quando o Bryan nasceu pensei cá comigo que tinha acabado todo aquele festival de opiniões, conselhos e mil dicas. Que nada, ai é que eu tinha entrado no mundinho do : comigo foi assim! Faz assim porque eu fiz e deu certo! Eu fiz com meus três filhos e funcionou!
Era algo parecido com o famoso “trote” de faculdade. Era como receber um saco de farinha de trigo na cara de tantos conselhos e opiniões.
E fora o tanto que agente fica desesperado por informação. Lembro que eu queria saber o que se passava na casa de outras mamães que também tiveram seus bebês em abril.Eu participo de um fórum desde a gravidez e saber que tinham outras mamães na mesma situação que a minha era reconfortante.
Lembro que nas primeiras semanas punk de baby blues, dificuldade com amamentação e etc, eu ficava me questionando com minha mãe: Como a senhora conseguiu ter 3 filhas? Mãe será que a Ivete Sangalo passou por isso?
Eu beirava o desespero, com minhas profundas olheiras, e muitas questões na mente. Uma amiga minha que tinha ganhado bebê um mês antes, de apenas 20 aninhos veio aqui em casa toda tranquilinha. E eu chorando perguntando a ela qual era a fórmula de se sentir bem sem dormir?
Quando entrei na faculdade foi bem parecido, eu olhava os alunos do 7°período com admiração e respeito, ficava me perguntando como eles conseguiram sobreviver a tanta química, cadeias de carbono e mecanismo de ação de medicamentos por 4 anos! Eu me perguntava se um dia seria assim igual a eles, assim como eu me perguntava quando chegariam os 3 meses e o dia em que ele dormiria a noite toda.Como eu sonhava com os três meses.Chegava a ficar perguntando toda hora pra minha mãe: Passa rápido né mãe?Daqui a pouco ele tem 1 mês né? E ele vai dormir bem né mãe?
Fora a inabilidade na hora da troca de fralda e troca de roupa. Eu sempre tremia só de pensar em passar um body pela cabeçinha tão frágil e delicada do meu filho. Resultado disso foi que apelei para os horríveis conjuntinhos de pagão,pois eu morria de medo de causar algum acidente com a moleira dele.
Raves na madruga = choparrasco e estudos
O que todo calouro espera quando entra para a tão sonhada faculdade: festas, churrasco e muita comemoração para aproveitar bastante os 4 anos de faculdade. Minha turma sempre fazia os chamados choparrascos de farmácia. E era bebida, churrasco, dança e muita diversão. Não posso reclamar e dizer que não aproveitei, pois aproveitei muito!!! Quando entrei na faculdade já estava casada, mas isso não impedia de curtir um chop de vinho com os amigos depois de provas estressantes como química farmacêutica, química orgânica e desenvolvimento de fármacos. Algo bem parecido com curtir as raves pela madruga com um bebê RN que foge a regra de todos os outros. Bryan acordava de hora em hora, e quando ia pro peito pra mamar dormia,ou então passava a madrugada todinha acordado.Foi difícil me adaptar a ficar noites sem dormir ou dormir picadinho,mas pelo meu filho valeu cada esforço.
E depois vieram os estudos pela madrugada. Eu passava noites em claro tentando decifrar nomes e medicamentos e coligar aos mecanismos de ação dos mesmos. Passava dias vendo HOUSE tentando acertar qual medicamento faria efeito na situação do paciente em questão e me divertia ao me imaginar dali alguns anos receitando algo para alguém, ou simplesmente explicando o que determinada droga faria com o organismo. Minhas madrugadas de mãe de primeira viagem não foram diferentes, eu passava noites tentando decifrar e aprender cada chorinho me preocupava se ele estava sentindo frio ou não, se estava com fome, ou se estava muito molhado. Lembro de chegar a trocá-lo em uma noite 5 vezes por pura inexperiência, ou super proteção.

Depois do segundo mês
Tanto na vida de mãe, quanto na vida de caloura, minha adaptação começou a ocorrer no 2° mês. Bryan já tinha horários de sono bem definidos e as terríveis cólicas que me assombravam foram embora do nada com a chegada do 2°mês.
Assim também foi minha adaptação na faculdade, eu já estava acostumada ao ritmo de provas e estudos pela madrugada, e já tinha passado todo aquele medo de não dar conta de tanta química, fórmulas, estruturas e textos cada vez mais gigantescos para estudar para a prova. Depois do 2° mês a paz reinou aqui em casa e na faculdade também.

Mãe experiente =veterana
Com a chegada do 6° mês (Bryan completa dia 19/10) vi que nasceu também uma mãe mais madura, sem muitas frescurinhas, com mais habilidade na troca de roupa, troca de fralda, preparo de papinhas, e dando conta de casa e filho.
Quando passei pelo 6° período de farmácia senti uma sensação parecida. Eu estava pronta,madura,muito mais confiante que seria uma excelente profissional e que daria conta do recado. Também todas aquelas fórmulas malucas do 1° período já faziam mais sentidos e estavam intrínsecas na minha mente. Assim como todo o cuidado e amor que eu tinha pelo meu filho ia se aprimorando ao longo dos meses.
Com o tempo já sabia diferenciar os chorinhos, vestia com mais prática e trocava as fraldas no total escuro. Entre se tornar farmacêutica e mãe expert, com certeza levei menos tempo para a segunda opção.

Já pensando no segundo filho = pensando no próximo curso, ou mestrado, doutorado...
Nos primeiros meses lembro-me de ter falado para meu marido: Jamais terei outro filho, credo, não sei como as pessoas conseguem passar por tudo isso denovo. Só se eu sofrer algum acidente e tiver amnésia,porque passar por isso eu não quero nunca mais.Bryan será filho único!
E a quem me perguntava eu respondia com toda convicção do mundo que ser mãe é muito bom, mas é experiência para apenas 1 vez.Ledo engano, após os 2 meses, lá estava eu almejando um segundo barrigão e uma segunda adaptação.Sim,eu já estava pensando no segundo filho, e me espantei quando comuniquei a maridão que em 2012 começaríamos os treinos (o que foi,lógico, prontamente negado por ele )O negócio é que a maternidade é tão bom,mas tão bom,que uma vez só é pouco para muita experiência.Quando nos casamos sempre sonhei em ter um casal (tá,confesso que na verdade eu queria mesmo era ter 3 filhos).Queria primeiro ter um menino,que era pra ficar de olho na irmãzinha e espantar os marmanjos hahahaha...E pra minha sorte meu sonho se realizou pela metade,agora só falta a minha tão sonhada filha para ficar completo.Mas claro que marido fica neurótico só de pensar em segundo filho,pois segundo ele se for menino denovo eu talvez vá querer tentar uma 3° vez, e nisso ele está certo. E ele morre de medo de ter 3 filhos,sei lá,talvez pela responsabilidade e alto custo financeiro que um filho exige.
O pensamento sobre ter mais filhos mudou mais rápido do que fazer uma segunda faculdade. Faz alguns meses que penso em fazer outro curso, um nada haver com a área da saúde: engenharia civil ou de produção, e outro que tem mais haver: biomedicina.
Primeiro pelo meu pessoal, sou uma pessoa que não agüento ficar parada, e gosto sempre de adquirir novos conhecimentos, fora o salário tentador de um engenheiro e a possibilidade de ingressar na Petrobras. E a segunda opção para ter mais oportunidades na minha carreira e me especializar na área da saúde que amo de paixão. Mas se eu conseguir um, com certeza tentarei o outro. Não há limites de idade para o aprendizado, um pai de uma colega farmacêutica está na 5° faculdade e tem 62 anos de idade!
Me realizei em duas áreas ao mesmo tempo: faculdade e maternidade, e espero que muitas realizações estejam por vir. E essa é a prova de que filho nunca acaba com nossos sonhos, eles nos dão ainda mais vontade de conquistá-los.


Até o próximo post.
Jack mamãe do Bryan

Bjinhus

8 Comentaram - COMENTE AQUI:

ღ Mami Keka ღ Hard Rock Mami disse...

Amiga que post incrivel! Amei a forma como comparou a maternidade à Faculdade, nunca fiz faculdade mas me vi em muitos, senão todos, os momentos que você descreveu com maestria! Parabéns! Obs.: acho que os 3 meses são os mais esperados mesmo kakaka

Um presente para nós dois disse...

Amiga que post incrível, vc comparou e descreveu de forma perfeita, parabéns.
Bjs

Milene disse...

Muito bom!!!

E eu estou no mestrado: segunda gravidez e querendo ingressar no mestrado mesmo dps q esse novo bebê completar 1 aninho!

Amei... bjks da Mi, a Diiirce

Mi Müller disse...

Interessante o teu paralelo entre a vida universitária e a maternidade. Parabéns!
estrelinhas coloridas...

Fernanda Lucas disse...

Perfeito seu post!!!
Amei!
bjo

(Mamãe) ~Pinel disse...

Parabéns Jacque, ficou EXCELENTE a comparação!
E eu então que fui caloura E mãe de primeira JUNTO?!
hehehehe

Tudo bem que larguei a facul para agora no final do ano tentar outro curso, mas vai ser assim, a Lara estará com 6 meses e eu entrando de caloura em letras! =D

Muito bom! Beijo!

(Mamãe) ~Pinel disse...

Ah é... e parabéns pelo 6º mês do Bryan (que tá ficando cada vez mais príncipe!)

Ranne Cássia disse...

nunca tinha pensado nisso, mas sua comparação foi perfeita!!!!!

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