27 de outubro de 2010

Métodos de alfabetização


Olá, hoje vou falar sobre os diferentes métodos de alfabetização, quero salientar já de antemão que a proposta deste texto não é apontar qual é o melhor método, até porque nem mesmo entre educadores há um consenso sobre esta temática. O escopo deste é mostrar as características de cada método para que os pais possam fazer suas próprias escolhas.

Existem muitas maneiras de alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no aprendizado, vamos abordar os dois tipos mais difundidos e também fazer algumas considerações sobre os processo de alfabetização construtivistas que são recomendados pelos Parâmetros Currículares Nacionais (PCN's).

Método sintético
São métodos que levam o aluno a combinar elementos isolados da língua: sons, letras e sílabas.
Os métodos predominantemente sintéticos podem ser:


Alfabéticos ou soletrativos
Neste método o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto.

Silábicos
Também conhecido como silabação, neste método o o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.

Fonéticos
O estudante parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada


Método analítico
O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.

Os métodos predominantemente analíticos podem ser:

Palavração
O aluno aprende algumas palavras associadas às suas imagens visuais. É usada a memória visual. Depois que o aluno já reconhece algumas palavras, estas são divididas em sílabas para formar outras palavras.

Sentenciação
O aluno parte de uma frase que a turma está discutindo, visualiza e memoriza as palavras e depois analisa as sílabas para formar novas palavras.

Contos ou historietas
É uma ampliação do método de sentenciação. O aluno parte de pequenas histórias para chegar nas palavras, sílabas e com estas sílabas formar novas palavras.

Natural
O método natural parte de um pré-livro que contém registros de conversas da classe sobre determinado assunto. É apresentado aos alunos aos poucos para a sua visualização. Depois dessa fase, passa-se para a leitura sonorizada de cada sílaba da palavra. A partir destas sílabas, o aluno forma novas palavras e novas frases.

Construtivismo
Em 1980 a pesquisadora Emília Ferreiro, lançou o livro A Psicogênese da Língua Escrita. Sua obra, juntamente com as pesquisas de Piaget e Vigotsky veio a mudar totalmente as concepções a cerca da aquisição da leitura e da escrita. De acordo ela a alfabetização, longe de ser a apropriação de um código, envolve um complexo processo de elaboração de hipóteses sobre a representação lingüística.
Com estes estudos houve uma quebra de paradigmas da alfabetização pois as teorias reducionistas que acreditavam que a criança deveria aprender a parte (sistema de signos) para só depois chegar no todo (texto) cairam por terra, insistir que a criança primeiro aprenda o "A" para depois ensinar o "B", pouca significação tem. É necessário que a escrita e a leitura lhe tenha uma função social, que esteja num contexto e lhe traga significado. Através da interação com o texto, com frequentes intervenções do professor, ela saberá que tem problemas (com a leitura e escrita), perceberá que terá que colocar em jogo tudo que sabe.

Na Psicongênese, Ferreiro descobriu:

Pré-Silábico
Nesta fase a escrita representa letras, desenhos, numerais. Na maioria dos casos usa as letras do próprio nome. Para ela o importante é representar o pensamento. É comum usar de realismo nominal, ou seja, como a formiga é um animal pequen ela usa poucas letras já para casa que é uma edificação grande ela usa mais letras. Não conce
be os monossílabos, porque acredita que com menos de 3 letras não é possível haver escrita.


Silábico:
Silábico sem valor sonoro: A criança deu um grande passo. Compreende a existência de fonemas, passa a usar uma letra para cada sílaba, as letras que coloca não tem critérios. Para perceber este salto qualitativo, é necessário a intervenção do professor pedindo-a que leia.
Silábico com valor sonoro: Usa uma ou mais letras para representar sílabas e é possível haver correspondência com a palavra desejada.
Por exemplo: A criança deseja escrever MACACO
Na fase silábica com valor ela pode expressar desta forma: MCAO, onde "M" será MA; "CA" está correto e "O" para "CO".

Alfabético: Fase que podemos dizer que a criança compreendeu o sitema de escrita. No entanto, comete "erros". Na verdade, esses erros fazem parte do processo, visto como construtivos.


Com a compreensão do sistema de escrita, cabe o professor ensinar as regularidades e irregularidades da língua.



Referências Bibliográficas:
FEEREIRO, E. Cultura escrita e educação. Porto Alegre, Artes Médicas, 2001.
__________ “Alfabetização e cultura escrita”, Entrevista concedida à Denise Pellegrini In Nova Escola – A revista do Professor. São Paulo, Abril, maio/2003, pp.

3 Comentaram - COMENTE AQUI:

Bia Bonfim disse...

Amei o blog e o nome mamis.... esse post vou ler ele com cuidado e prestando muita atenção, ja disse e repito "utilidade publica" parabéns pelos posts, todos otimos e lindos....
Amo vc

Dúnia disse...

Mi amei seu post, Yuri ano que vem vai para primeira série e foi muito legal saber mais sobre esses processos de alfabetização. Brigadú!

Mi Müller disse...

Bia Bonfim
Que bom que gostastes, o blog é mesmo feito com muito carinho :)

Dúnia
Ah querida que bom o post foi útil pra ti, é uma fase muito gostosa, mas temos que ficar atentos :)

estrelinhas coloridas...

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...