18 de maio de 2011

Eu, mãe adolescente

Eu tinha 15 anos quando fiquei grávida pela primeira vez. Engraçado que não foi uma surpresa como muita gente pensa. Eu e o meu marido (namorado na época) estávamos pensando em casar ja fazia um tempo, mas obviamente por conta da minha pouca idade as famílias não concordavam com essa ideia.

nascimentomateus

O fato é que engravidamos, um pouco mais cedo que o planejado, foi na nossa primeira tentativa, depois descobrimos que sempre é assim com a gente hehe!

Primeiro desafio foi contar para a família. Depois que contei pra minha mãe a coisa ficou um pouco mais fácil, imagina, ela nem bem tinha 40 anos e ia ser avó. Foi meio chocante pra ela também.

Algumas pessoas me sugeriram o aborto. Isso nem sequer passava pela minha cabeça. Nós queríamos uma formar uma família e por mais que isso fosse estranho pra quem estava vendo de fora, pra nós era o nosso plano se concretizando. Casamos e fomos cuidar da nossa vida. Nada era fácil, nada mesmo. Mas a vontade de fazer tudo dar certo e o amor sempre foram maiores. Meu marido não era tão novo quanto eu, na verdade ele já estava “na idade certa” pra casar e isso sempre ajudou muito. Não que ele fosse um poço de maturidade, mas sempre foi muito sensato.mateuseu1

O mais engraçado foi o abandono das colegas de escola. E isso é normal, quase todas as mães adolescentes relatam isso. Mas é bom, nesse momento você acaba diferenciando as amigas das colegas. Serve um pouco para amadurecer, aprender com quem você pode contar. Não foram todas que me abandonaram, tenho no meu coração (e se elas lerem um dia esse post elas sabem quem são) aquelas que me visitaram, que me deram força, que foram contar como estavam se preparando pro vestibular, que me permitiram dar força pra elas também.

O Mateus nasceu, dia 22 de janeiro de 1999 de parto normal. Com 2,975 kg e 49 cm lindo, totalmente saudável. Eu nunca tive dúvidas que eu saberia como cuidar dele. Ele era meu e parecia que eu sabia fazer tudo.

mateuseu2E sempre foi assim, eu sozinha cuidando dele. No começo tive ajuda de algumas tias, da minha mãe, mas nada que fosse 24 horas por dia. Eu queria fazer tudo, e acho que acabaram percebendo isso rs. Naquela época nem se falava muito de amamentação, na verdade o “normal” era dar mamadeira, tanto que amamentei mais duas crianças pelo menos uma vez por dia durante uma semana. Eram filhos de amigas da minha mãe que tinham nascido na mesma época e elas não estavam amamentando. Pra mim o normal era dar peito, além de ser mais prático e barato. Ele foi amamentado exclusivo até os 6 meses quando comecei com os alimentos sólidos, que ele odiou (todas chora)! Sempre foi ruinzinho pra comer. Mas sempre comeu coisas saudáveis em pouca quantidade mas comia haha, nunca teve anemia nada, motivo de orgulho pra mãe aqui hehe!

Aos 4 anos ele teve uma convulsão febril. Foi um dos maiores sustos da minha vida (depois nasceu o Biel e aí eu tive mais sustos). Eu pensei que ia perder ele aquele dia, parecia que eu estava sem chão, sem ar. Tenho trauma de febre até hoje por conta disso, dá um 37,5º e eu já corro dar remédio pras crianças.

mateuseu3Quando você é mãe e é muito mais nova que as outras mães, elas acabam não te respeitando, sabe? Então acaba virando alvo certo de pitacos e afins. O que eu sempre segui foi meus instinto pra cuidar do Mateus, e sempre deu certo. Até porque eu não tive muita ajuda como muitas podem ter. Era eu, marido e Mateus. Não que eu não tenha recebido ajuda nenhuma, mas vejo que comparando com outras mães a maioria das coisas eu fazia sozinha sim. Acho que isso dava mais ódio dos pitacos hahaha!

Mateus é um menino tranquilo. Lógico que tem suas teimosias, e agora com 12 anos está numa idade mais difícil. Sim, você minha querida mãe adolescente que está me lendo que tem seu bebezinho no colo e acha que ele dá trabalho, espera só chegar a adolescência dele! Você não vai mais poder colocar o peito na boca do seu “bebê” pra acalmar. Jesusmariajosé e todos os santos! Tem dias que eu peço pra que me devolvam meu filho, esse que tomou conta do corpo dele não é ele! KKKK!

Mas tudo tem seu lado bom. Sair na rua e perguntarem se ele é meu irmão. Não tem preço Open-mouthed smile.

Se você passa por uma situação parecida com a que eu passei tenho algumas coisas para dizer.

Não se preocupe, o tempo VAI passar. E rápido. Quando você piscar estará sem seu bebê e com um homem/mulher do seu lado. Aproveite tudo o que puder. Tenha paciência, mas mantenha uma postura que ele saiba que deve te respeitar, você não é irmã do seu filho, é mãe. Mesmo que sua mãe ou sogra ajude. Filhos são projetos para uns 25 anos ou mais. Invista nele e ele vai te surpreender. E aceite ajuda, cuide de você e tenha seus planos.

Deixo vocês com uma musiquinha que retrata bem a minha situação, choro toda vez que penso na letra:

http://www.youtube.com/watch?v=HbzfIZ8X3uU

BjoS!

6 Comentaram - COMENTE AQUI:

jackie disse...

Oi Mi, bom dia!!!
Acabo de ler o relato da Marilia, passei por algo parecido, fui mãe aos 17...Adorei a história dela. Mas dá uma olhadinha na data de nascimento do Mateus ela colocou 2009 e depois disse que ele está com 12 anos...rs
bjus para vc e para as Mamys do blog

Luíza Diener disse...

que post lindo!

parabéns pela garra e pela coragem!
seu menino é lindo demais.

beijos

Lu Ivanike disse...

MAri, que relato lindo!!!! Mas vou te contar. Não são só as mães adolescentes que são alvo de pitacos. Mães de primeira viagem, noras em geral (e preferencialmente) recebem críticas diariamente. Olhares reprovadores e tudo o mais. É assim, o ser humano não acolhe, reprime! Estou aqui, há uma semana sozinha com minhas meninas, o pai está viajando, e estamos ótimas. Minha casa nunca esteve tão em ordem, roupa em dia, trabalho em dia... Parece que sem ninguém fora as meninas as coisas fluem. Qdo marido está aqui, é telefonema da família o tempo todo, crítica dele e dos outros... Não rola vontade de fazer as coisas com amor. É assim! E o pior, tende a piorar!!! rsrsrs
Beijos e parabéns, você é uma mãe perfeita!!!

Elaina disse...

Que lindo! Amo ler histórias assim de força e determinação!

Parabéns!

Bjos

Elaina #amigacomenta
http://www.vidademae.net/

Jana disse...

Que fotos mais lindas!! Xa'pra'lá esses pitacos, na hora de ajudar de verdade ninguém aparece né???? Eu sempre digo, quem não ajuda,também não atrapalha...(tbm já passei e as vezes ainda passo por isso)...BjOS Mil...

Aretusa Reis disse...

Ai, gente, o que é que a gente faz com esse monte de pitaqueiro de plantão? Cês não tem mais o que fazer, hein? Então, deixa eles pra lá mesmo.
Quando eu era bem mais nova, eu queria ter filhos cedo, mas não foi assim. Hoje eu acho que cada mãe encontra seu tempo, independente da idade - e às vezes na surpresa!!
Beijocas.

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