13 de maio de 2011

Uma mamãe lá na Suíça



Olá, meu nome é Simone, tenho 38 anos, sou mamãe do Arthur de 9 meses e estou grávida de 7 semanas. Há 4 anos moro na Suíça, fui convidada para vir trabalhar aqui em 2007. Cheguei aqui casada com um brasileiro, mas o casamento não deu certo e nos divorciamos. Então conhecei meu atual marido, que é alemão.

Como vocês podem imaginar muitas coisas aqui na Suíça são bem diferentes do que são no Brasil. É um país extremamente organizado, com leis que são cumpridas, basicamente não existe corrupção, as ruas sao muito limpas e a violência passa bem longe daqui, além de ser totalmente desestimulada pelas autoridades locais. Por outro lado, as pessoas não são tolerantes com quem não segue as leis, por mais absurdas que elas sejam. Separação de lixo aqui é um caso sério, se não separar do jeito que eles querem o lixeiro se recusa a levar o seu lixo, ou então revira o seu lixo para encontrar um endereço e te mandar uma multa!

Quando fiquei grávida do Arthur fiquei com muito receio pois o sistema de saúde daqui também é completamente diferente do Brasil. Aqui eles seguem a orientaçao da OMS com relação ao número de ultrassons durante a gravidez, que é de apenas 3. Imaginem o desespero de não poder "ver" seu bebê a cada 4 semanas? Outra coisa é que aqui o parto normal é realmente incentivado e a cesárea só acontece em último caso mesmo. Eu tinha medo de ficar sofrendo em um parto normal por horas e depois acabar tendo que fazer uma cesárea de emergência. Mas acho que o que mais me assustava era o fato de que eu não sei falar alemão, ficava apavorada de pensar que na hora do meu bebê nascer eu estaria lá toda vulnerável, sem poder me comunicar e dizer o que eu queria, expressar minha opinião, entender o que estava acontecendo. .
Felizmente, a grande maioria dos meus medos foi infundada. Minha ginecologista é maravilhosa, ela tem um aparelho de ultrassom na consultório dela e ela mesma fazia os ultrassons durante a gravidez. Então eu vi meu bebê até mais do que 1 vez por mês, fiquei super tranquila quanto a isso. Assim que completei 40 semanas de gestação comecei a fazer controles no hospital para checar meu bem estar e o do bebê. Já no primeiro controle identificaram que o Arthur era um bebê grande e indicaram a cesárea, simples assim! E todo o staff do hospital era altamente treinado, a maioria das enfermeiras e técnicas de enfermagem falavam inglês e foi tudo muito tranquilo. Além disso, me disseram que em casos extremos onde a mãe não consegue se comunicar em nenhuma das línguas mais comuns por aqui (alemão, inglês, francês e italiano), eles providenciam um tradutor.

Eu estava curiosíssima pra saber o sexo do meu bebê, mas aqui eles não fazem sexagem fetal. Aqui o aborto é permitido até 12 semanas sem que a mãe precise dar nenhuma explicaçao dos seus motivos. E aqui moram pessoas de muitas raças e muitas religiões diferentes também, algumas religiões onde meninos sao mais bem vindos do que meninas. Então se eles autorizam a sexagem fetal, o casal faz o exame com 8 semanas, vê que é menina e pede pra abortar. Por isso não é permitido. Ainda sobre aborto, se a mulher descobrir em qualquer momento da gravidez que esta esperando um bebê com algum problema sério de saude ou alguma sindrome, o aborto também é permitido.

Fiquei 7 meses com o meu bebê. A licença maternidade aqui na Suíça é de 18 semanas, o que dá uns 4 meses e meio. Mas eu juntei férias e aqui onde eu trabalho eu tenho a opção de tirar licença não remunerada, então fiquei algumas semanas sem ganhar dinheiro, mas curti um pouquinho mais com o Arthur em casa.

As diferenças culturais são sim bem acentuadas. Algumas adotei, outras não. Assim que o Arthur nasceu nos indicaram no hospital a dar no máximo 2 banhos por semana nele. Antes de todo mundo fazer ecaaaaa que sujinho!! tenho que explicar que aqui o tempo é diferente do que é no Brasil, é mais frio e o ar é seco, portanto a pele do bebê fica mais suscetível se damos muitos banhos. Mas marido e eu concordamos que dariamos banho todos os dias no nosso bebê, entao ele toma um banhinho por dia antes de dormir.

Outra coisa é alimentação. Aqui existe uma variedade enorme de papinhas, sobremesas, sucos, tudo pronto! Assim que a pedi do Arthur liberou comida de colher pra ele (eles falam assim mesmo, comida de colher), ela me disse para dar a comida pronta. Segura, confiável, com bastante variedade para o bebê aprender a comer. E assim tenho feito, Arthur adora as papinhas da Nestlé e da Hipp, uma outra marca bem famosa por aqui.

Existem diferenças também em como as crianças são criadas por aqui. Passamos uma boa parte do ano no frio (mas é frio mesmo, viu? Nada dessa coisinha de frio de São Paulo! haha) então assim que sai um solzinho os europeus saem pra rua. Muitas vezes tá solzinho, mas tá 10ºC! E eles levam os bebês também e acham que está super calor! Já tive uma discussão pavorosa no day care do Arthur porque um dia cheguei lá e elas tinham deixado meu bebê dormindo do lado de fora do day care, porque saíram com ele no carrinho, ele dormiu e elas não quiseram acordá-lo. Estava 5ºC, então apesar dele estar no saco térmico, ele ficou doente, né?

O day care onde ele fica, apesar desse problema do dia em que o deixaram dormindo lá fora, é muito bom. São apenas 5 bebês por grupo e cada grupo tem 3 berçaristas. Elas saem bastante com ele, levam ao zoológico, museu, parques. Também fazem massagem nele e fazem tudo o que eu peço: não deixem o Arthur dormir mais do que 2:30 em cada soneca! Passem Fisiogel no rosto dele antes de sair com ele! Dêem o xarope dele no horário certo! E elas fazem. Quando eu chego para buscá-lo elas me contam como foi o dia dele, pois têm tudo anotado em uma agenda: o quanto comeu, o quanto dormiu, as atividades do dia, se fez alguma coisa nova etc. Agora o preço, é simplesmente de cair de costas...

Mas acho que a mensagem que gostaria de passar é: é diferente, o que nem sempre quer dizer que é melhor ou pior. Hoje acredito que eu já esteja muito mais adaptada, acho que sou uma hibrida e guardo coisas do Brasil mas também muitas coisas daqui da Suíça. Adoro aprender coisas novas e ser mãe no exterior tem sido um aprendizado rico e intenso pra mim. =)

Beijos a todas e saúde a nós e aos nossos bebês, afinal isso é o que importa!

[caption id="attachment_3206" align="aligncenter" width="600" caption="Simone e Arthur"][/caption]

4 Comentaram - COMENTE AQUI:

Marcelle disse...

Morar fora de seu país é realmente complicado,mas muito interessante ! Boa sorte ae !

Bianca disse...

Adorei ler a sua experiência!!!!
Boa sorte pra vcs!!!

Unknown disse...

Eu também moro na Suíça há 5 anos e to grávida , oor isso adorei ler um pouco da tua experiência! Se Deus quiser vai dar tudo certo para mim também!!! BJUS e td de bom pra vc e Arthur

Unknown disse...

Eu também moro na Suíça há 5 anos e to grávida , oor isso adorei ler um pouco da tua experiência! Se Deus quiser vai dar tudo certo para mim também!!! BJUS e td de bom pra vc e Arthur

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