10 de junho de 2011

Como é que se fala?

Você sabia que hoje é dia da nossa Língua Portuguesa? Então segue um post especial sobre o assunto.

falaO filho começou com um tal de “dadadada”. E a família logo se prontificou a interpretar aquele som. Mal sabiam todos que era o BEBÊ quem estava tentando entender o que se dizia.

Todo ser humano nasce com a capacidade inata de se comunicar. E o choro é o primeiro meio que ele encontra para ter suas necessidades supridas. Tanto é que demoramos muito algum  tempo para decifrar se o choro é de fome, de sono, de desconforto ou de dor. Também, logo que nasce, a criança passa a ouvir o que falamos e a tentar entender o que tudo aquilo significa.

O processo de aquisição da linguagem é um tanto quanto parecido com o aprendizado de outro idioma “na marra”. Imagine você no interior da China: idioma, cultura, gestos e feições totalmente diferentes. No começo, você tenta escutar tudo, a perceber os sons e as atitudes das pessoas. Depois você passa a imitá-los e, com algum sucesso, pronuncia uma palavrinha de nada e recebe algo em troca. Com muita prática e inúmeros erros, você passa a formar frases e, quando vê, já está fluente. Nós aprendemos nossa língua-mãe de forma bem semelhante.

Conforme a criança se desenvolve, sua capacidade linguística vai amadurecendo: além do choro, o bebê aprende a sorrir, a gesticular, a fazer sons. Quando descobre que pode emitir sons, ele começa a tentar produzir suas palavras. Não é à toa que um dos primeiros sons é o tal do mãmãmã. A mãe fica toda orgulhosa porque o filho aprendeu a chamá-la, mas, na verdade, ele só reproduz o movimento que a boca faz ao mamar e ali insere um som (pois já descobriu que é por meio dos sons que os adultos lhe dão atenção). E aí vem tal do “estímulo-resposta”: ele produz o mãmãmã, e a mãe chega, ou com o peito, ou com a mamadeira, ou com a chupeta, ou com o colinho.

A partir daí, o bebê, todo feliz que já consegue pedir alguma coisa, começa a testar outros sons para ver o que consegue. E vem o famigerado “papapá”, que, em troca, surge a figura paterna ou sua papinha. E assim a criança vai imitando, tentando e conseguindo o que quer.

É preciso que a criança vá amadurecendo não só seu esquema de aprendizagem, como a coordenação motora, a movimentação de boca e língua e suas relações sociais até que surjam as primeiras palavras de fato. A coordenação motora irá dar conta dos gestos e das feições; a movimentação adequada da boca, o nascimento dos dentes, a deglutição irão pautar a produção adequada dos fonemas. E, como a língua é um fenômeno social, o contato do bebê com os pais, com a família e com outras crianças irá proporcionar estímulo para o aprendizado da linguagem. Para que serve a língua se não para se comunicar o outro. Caso contrário, só nossos pensamentos bastavam.

Inicialmente, a criança começa com sons simples: mamã, papá, dá, qué, tetê, bobó, bobô, auau, pipiu, naná.

Depois passa a juntar esses sons simples para formar outros: pepeta, boia (bola), coio (colo), banana, suco.

Então forma pequenas frases: Qué tetê, dá pepeta, não qué naná.

E junta mais palavras e associa a elas alguns gestos: Bobó (vovó), o nenê não qué pápá banana! (fazendo não com o dedinho).

A cada vez que a criança fala algo e recebe uma resposta positiva, o processo fica gravado em sua memória. Próximo passo: tentar outra combinação para ver se recebe mais um estímulo positivo. E a criança vai tentando, tentando até conseguir.

O importante é sempre darmos ouvidos aos seus sons e contemplá-los com alguma resposta, nem que seja um “ãrram”. Assim estaremos estimulando as crianças a continuarem a produzir suas tentativas de fala. Outra coisa importante é evitar o tatibitati, aquela linguagem infantilizada. O correto é falarmos normalmente com as crianças para que elas recebam o estímulo correto da língua. E nem pensar em dar o que seu filho pede por meio de choro ou “humhumhum”, só apontando: isso não estimula a criança a utilizar palavras. Calmamente, e fazendo uso do bom senso, peça para ela dizer o nome do que quer.

curiosidades linguaSe você perceber qualquer atraso ou qualquer coisa estranha nesse processo, não perca tempo em questionar o pediatra ou mesmo um fonoaudiólogo. Cuidando dessa fase de aquisição de linguagem, estaremos prevenindo futuros problemas de aprendizagem.

E falando nisso, que tal vocês colocarem nos comentários as palavras que seus filhos inventaram ao longo desse aprendizado? Garantia de boas risadas… Eu começo!

O Nic chama a chupeta de mãma-mãma; bolacha de bobuva e o pai de Dáda.

Próximo!!!

Imagem veio daqui.



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