12 de outubro de 2013

Quando foi que o mundo virou esse lugar chato?



Ando me perguntando isso, principalmente quando se diz respeito à infância.


As pessoas resolveram que tudo tem que ser politicamente correto saudades, TV Pirata e ter um conteúdo didático/psicopedagógico/nutricional/emocional, senão as crianças não podem ver/ler/fazer/comer.

Não existe mais assistir programa bobo de TV porque é um programa bobo de TV. Não existe mais ler um gibizinho porque é um gibizinho. Não existe mais comer uma porcaria porque é uma porcaria.

Tudo o que a criança assiste/lê tem que ser educativo, ter conteúdo e profundidade, absolutamente tudo. Aquele canal e/ou aquele programa não pode, porque olha o tanto de propaganda, e as mensagens comerciais subliminares, a criança tem que viver livre de consumismo e blablablazzzzzzz....

Desculpem, mas isso tudo é muito chato.

O caminho da sublimação materna/paterna, aparentemente, é abolir todo e qualquer programa de TV, revistas e gibis, livros da Disney, brinquedos manchados pelas grandes corporações, proibir amizades, porque assim suas preciosas crianças não serão maculadas pela mancha do capitalismo selvagem consumismo.

Mas, pera... será que as propagandas infantis que bombardeiam nossas crianças são (des) privilégio da geração dos nossos pequenos?

Será que só agora apareceram os comerciais para comprar as 85 Barbies Sereia no Mundo dos Unicórnios (vendidas separadamente) nos intervalos dos programas infantis?

Bom, eu lembro perfeitamente dos idos dos anos 80 dos comerciais de Barbies, Suzies, Quem-me-Quer, Bebezinhos, Moranguinhos, Fofoletes, Genius e Ataris da minha infância, enquanto eu assistia Tom & Jerry, Pica-Pau, Popeye...

Ou seja, publicidade sempre existiu. E sempre vai existir, isso não é novidade nenhuma.

Então... também lembro, perfeitamente, das conversas com meus pais, que me explicavam a viabilidade ou não de comprar o brinquedo x que eu tinha visto na TV, ou que minha amiga tinha ganhado. E eu entedia que não ia ter tudo que via. E não é assim que deveria ser?

Abro um parênteses para contar a história dos malditos Pokemons. Pra mim, isso já tinha acabado há anos, mas eis que Isadora chega da escola um dia, com cartinhas ganhadas de amigos, e pede para comprarmos pra ela. Como é uma brincadeira coletiva, concordamos, e agora ela troca as tais cartinhas repetidas com os colegas de classe. Mas a questão é que ela só ficou sabendo da existência dos Pokemons pelas outras crianças, não pela amaldiçoada TV. Ou seja, não dá pra colocar seu filho numa bolha. Fecha parênteses.

Bom, mas aí, li uma apoiadora de um desses sites de movimento xiita infância livre de alguma coisa ~esclarecendo~ num texto que não é a quantidade de bens que você tem que define o consumismo, e sim sua cabeça.

Ué, fiquei um pouco confusa... Então essas mães/pais, assim como eu, não deveriam estar preocupados em EDUCAR seus filhos a fazerem escolhas certas, independente da pressão da sociedade? Não deveriam ENSINAR as crianças que nem sempre elas podem e vão ter tudo que querem na vida, mesmo que o amigo tenha, que passe na TV, que esteja num outdoor ou num avião com uma faixa?

Mas o que é mais fácil politicamente correto? Condenar a sociedade capitalista através da internet, essa mágica ferramenta de protesto e jogar a responsabilidade do consumismo desenfreado nas costas dos anunciantes/TV/escola , alienando a criança de tudo que pode desvirtuá-la, ou ensiná-la a fazer suas próprias escolhas, a pensar com suas próprias cabeças e entender que não pode ter tudo sempre (porque, desculpa acabar com a ilusão de vocês, mas a vida funciona assim)?

A resposta veio de Isadora, prestes a completar 9 anos, numa conversa informal durante uma manhã normal em casa:

- Isa, dá uma maneirada nos pedidos de coisas aleatórias. Filtra um pouco. Veja se você realmente precisa daquilo, ou se quer muitooooo, antes de pedir.

- Mãe!! Deixa eu!! Eu peço, você fala não e pronto!

Mais bem resolvida que muito adulto por aí.

Originalmente postado no Pumpkin Juice

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Valéria Barbieri é advogada, mãe de ICSI da Isadora, odeia radicalismos/fanatismos/xiitismos, é irônica, sarcástica e main de cesárea que levou a filha para a meca do consumismo Disney no seu aniversário de 8 anos, deixou ela assistir Carrossel e ter Monster High.

É hoje?

Hoje é Dia das Crianças! Dia de curtir, de brincar, de se divertir! 


É aceitar o novo e desejar o máximo.
É acreditar no momento presente com tudo o que oferece.
É aprender a existir, é se sentir amada, pertencente, é poder acreditar que há futuro.
É aventura, é desafio.
É conseguir perdoar muito mais fácil do que brigar.
É esquecer um pouco das responsabilidades sem contudo ser irresponsável.
É gostar de casquinha de sorvete, de bolo de chocolate, de passar a ponta do dedo no merengue.

É gostar de quem olha no olho e fala baixo. 
É inventar novas formas de ser criança.
É nascer de novo a cada dia...
É rir e brincar.
É sempre sorrir sempre estar aberto para o novo ser criança.
É ser artista.
É ser conquistador.
É ser herói.
É ser índio e cowboy.
É ser inesquecivelmente feliz com muito pouco.
É ser o sonho, o futuro e a esperança.

É ser Inventor, poeta e escritor.
É ser protagonista.
É ter coragem de não ter medo.
É ter pouca paciência e muita pressa.
É tornar-se gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos.
É viver intensamente o presente, não viver condicionado ao futuro nem ruminando o passado.

Ser criança é achar que o mundo é feito de fantasias, sorrisos e brincadeiras.
Ser criança é acreditar num mundo cor de rosa, cheio de pipocas.
Ser criança é acreditar que tudo é possível.
Ser criança é acreditar, esperar, confiar.
Ser criança é adorar deitar na grama, ver figuras nas nuvens e criar histórias.
Ser criança é andar confiante por caminhos difíceis e desconhecidos na ânsia de desvendar mistérios.
Ser criança é aventura, é desafio...


Ilustração Exclusiva por Soraya Pamplona para o TDM. Todos os direitos reservados. 

Ser criança é estar em constante estágio de aprendizado, é querer buscar e descobrir verdades sem a armadura da dúvida.
Ser criança é fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles.
Ser criança é gostar da brincadeira, do sonho, do impossível.
Ser criança é gostar de fantasias e acreditar nelas.
Ser criança é gostar de sentar na janela e detestar a hora de ir para a cama.
Ser criança é gostar do aconchego de um colo de mãe.
Ser criança é habitar no país da fantasia, viver rodeado de personagens maginários.

Ser criança é cantar fora do tom e dar risadas se alguém corrige. 
Ser criança é chorar sem saber porque.
Ser criança é colar o nariz na vidraça e espiar o dia lá fora.
Ser criança é começar a viver.
Ser criança é comer algodão doce e se lambuzar.
Ser criança é detestar relógios e compromissos. É ter pouca paciência e muita pressa.
Ser criança é errar e não assumir o erro.
Ser criança é estar de mãos dadas com a vida na melhor das intenções.

Ilustração Exclusiva por Soraya Pamplona para o TDM. Todos os direitos reservados. 

Ser criança é misturar sorvete com televisão, computador com cheiro de flor, passarinho com goma de mascar, lágrimas com sorrisos.
Ser criança é olhar e não ver o perigo.
Ser criança é pedir com os olhos.
Ser criança é perseguir a felicidade sem se importar com a idade.
Ser criança é poder dormir a hora que tiver vontade ou simplesmente ficar curtindo a cama num dia de frio.
Ser criança é querer ser feliz.
Ser criança é saber embrulhar desapontamentos e abrir caixinhas de surpresas.
Ser criança é saber nada e poder tudo.

Ser criança é ser capaz de perdoar e anestesiar a dor com uma dose de sabedoria genuína e peculiar.
Ser criança é ser feliz com muito pouco.
Ser criança é sorrir e fazer sorrir.
Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias.
Ser criança é ter sempre uma pergunta na ponta da língua e querer muito todas as respostas.
Ser criança é ter um riso franco esparramado pelo rosto, mesmo em dia de chuva, é adorar deitar na grama, ver figuras nas nuvens e criar histórias.

Ser criança é, também, poder contar com um adulto, ao lado — como apoio e guia — que ensine a ter esperança e fé … É ainda saber ser o adulto que nunca esqueceu da criança que foi um dia… a criança que ainda vive no seu íntimo e que justifica e dignifica todos os tropeços que teve que enfrentar no seu dia-a-dia para aprender a ter fé e acreditar em si próprio e sentir-se forte o suficiente para criar asas e voar para a vida e assim ter o direito de viver, brincar, crescer, sonhar e realizar...

Ser Criança é . . .
Fonte: Pesquisa livre na internet
Blog Saltitando com as Palavras




E o TDM também está em festa! E para isso resolvemos mostrar nossas fotos de poucos aninhos atrás!




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