13 de março de 2011

80 e 80 - As crônicas de uma mãe surtada: a mocinha, o menino e o poodle com alma de gente

Faz um tempo que não venho aqui né? Pois é... isso teria uma razão de ser se eu não tivesse compreendido que filhos problemáticos fazem parte do pacote... acontece e não é nenhum bicho de sete cabeças... Aqui as coisas andam meio complicada por todos os lados e o título do post não deixa de ter razão de ser... me sinto no meio de uma fábula das mais malucas... É como se uma mocinha, um menino e um poodle tivessem entrado num guarda-roupas e descoberto um mundo paralelo... cada um à sua maneira, vivendo seu sonho... e fosse pra ser dentro da realidade, o nome do treco não seria sonho... seria meta ou objetivo, mas não sonho... sonhos são aqueles que de fato estrapolam totalmente a realidade...


Dos três, a que mais me preocupa é a mocinha... tudo bem que ter 14 anos é difícil... ainda não se é adulta, mas também já não se é mais criança, e isso é confuso... admito... mas as confusões e fantasias da mocinha que tenho aqui em casa ultrapassam um pouco o limite do aceitável e enquanto ela sonha com um mundo muito muito distante da realidade em que ela vive (e sei não, mas acho que nem em guarda-roupas encantados se é possível encontrar esse mundo com o qual ela sonha), um menininho vai crescendo, vai exigindo mais de mim enquanto mãe, do pai enquanto pai e de si mesmo enquanto ser em desenvolvimento... simultaneamente à tudo isso, um certo poodle resolveu regredir... voltou a comer travesseiros e a querer namorar os bichos de pelúcia... resultado: tudo um aparente caos e eu, a mãe, surtando...


Não existe receita pronta para educar de forma coerente e responsável uma adolescente de 14 anos que já descobriu praticamente tudo ao seu alcance e vive numa realidade paralela (em imaginação, é claro), completamente fora da sua... tão pouco fizeram a fórmula mágica pra conseguir conter a ansiedade de um menino de 4 anos com um mundo inteirinho à descobrir (e quem sabe um dia, com uma realidade paralela para com a qual sonhar)... já um poodle em regressão, parece fácil de se resolver, e aí me lembro de uma vizinha que diz constantemente que prefere 10 cachorros à uma criança... ela não deixa de ter razão, mas penso cá com meus botões... que graça teria uma crônica só com um poodle com síndrome de leão? Seria tão fascinante sem uma rainha com os hormônios enlouquecidos e um reizinho com pinta de explorador do universo?


E toda vez que me faço essas perguntas, a resposta é a mesma... não... não teria tanto fascínio... e então, o surto parece compensar, valer a pena, ou simplesmente, não ter a menor importância!


Ranne Cássia - 29 anos
Assistente Social
Mãe da Nathália (14a.) e do Maurinho (4a.)

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