3 de maio de 2011

Alergia à proteína animal

A maternidade veio inesperadamente para mim... Tinha 25 anos, solteira há 2 anos e "curtindo a vida adoidado"... Então, em um revival com um ex com quem namorei 5 anos, engravidei!

Desse modo minha vida mudou completamente, preparativos para casamento, reforma no apartamento e a chegada da bebê! E, sinceramente, minha gravidez foi um estado de encantamento tão grande que todas as outras transformações ao meu redor eram coisas muito secundárias.

Sempre quis ser mãe e minha gravidez foi minha faculdade. Li inúmeros livros, respeitei meus limites e me dediquei a entender de que maneira eu poderia preparar uma pessoa para o mundo que vivemos e, ainda mais, para o que este mundo tende a se tornar em alguns anos.

O momento do nascimento, nem preciso comentar. Foi único, nunca vivi nada igual. Amamentar foi muito difícil no inicio, embora tivesse me preparado para isto, não deve ter sido o suficiente, e mesmo doendo e sabendo que nao faria mal à Manu preferi não usar uma pomada cicatrizadora. Foi uma dor terrivel durante a primeira semana e nesse momento reconheci o que é padecer no paraíso! Mas depois a amamentação foi muito importante para minha filha. Durante os 6 primeiros meses elasó mamou no peito.

Depois que introduzimos os alimentos, Manuela apresentou alergia a proteína animal. Como o leite específico para essa alergia tem um gosto horrivel e um preço altissimo, decidi continuar amamentando durante o periodo de incubaçao da alergia. Ou seja, durante 10 meses nós duas nao podíamos comer nenhum derivado do leite e carne. Isso foi muito bom para o desenvolvimento dela porque não perdeu peso e se alimentou muito bem com frutas, legumes. Hoje a Manu prefere um brócolis a um pedaço de chocolate.

Com 1 ano e 5 meses a alergia estava incubada e parei de amamentar. Sempre com muita conversa. Alias, é um exercicio de paciência, porque temos que ser repetitivas, mas vale a pena falar com os nossos filhos para que sejam pessoas que ouvem, que saibam causas e efeitos e que respeitem a opinião dos que estão a nossa volta.

Pra quem lê esse relato parece que é o maior sofrimento e abdicaçao ter um filho. Mas tudo que passei com minha filha me fez uma pessoa melhor, mais interessada em fazer o bem, e feliz!

Hoje a Manu esta com 2 anos e meio e é uma criança adorável. Muito gentil, respeita os limites que dou, bem adaptada na escola, amável e calma. Muito disso vem da personalidade dela, mas acredito que minha dedicação e tranquilidade em criá-la contribuiu para que hoje eu receba os elogios que as pessoas dão a ela como meus também.

Eu ainda não conheço o lado ruim de ser mãe. Na verdade nem sei se isso existe. Não tenho babá, nunca tive. E não deixo de viajar, trabalhar, ira restaurantes, namorar... Claro que conto com a ajuda semanal da minha mãe, mas não terceirizo a educação de um filho. Manuela conhece vários lugares do mundo e participa de todos os programas que vou em viagens.

Acho que ela sente que faz parte da grande maioria dos meus momentos e se sente feliz e segura por saber que faço questão da companhia dela.
Escrevi muito e nao contei 1/5 da minha sensação e experiência em ser mãe.


Beijos,
Aline Araujo

- Relato: 2
- Tema: Alergia à proteína animal
- Nome da mãe: Aline Araújo
- Nomes dos filhos: Manuela
- Contato: alinecaraujo@hotmail.com

Meus filhos...


Olá queridas leitoras!


Hoje vim a convite da Bianca, minha mana querida, contar um pouquinho da minha história.Antes de mais nada, quero lhes dizer que é uma honra e uma alegria compartilhar com vocês um pouquinho da minha vida e das minhas escolhas.


Vou começar me apresentando: Eu sou a Gláucia e tenho 39 anos, sou mãe do Natanael de 16, Aloísio de 9 e Luana de 7. Moro em Santo André-SP. Sou Coordenadora Pedagógica e blogueira de vez em quando.


Sempre quis ser mãe, mas nunca me vi grávida. O barrigão não era meu sonho, talvez por isso a frustração não tenha me atingido quando tentei engravidar e não consegui após 5 anos de casada.


Nessa época eu morava no interior de SP e mesmo com recursos limitados fui investigar o que acontecia comigo e com meu marido, pois após anos de tentativa nosso bebê não chegava. Fizemos muitos exames e tudo indicava que não havia nada de errado conosco, mas o sonho da maternidade não se realizava.


A adoção era uma opção. Aliás sempre foi. Tínhamos a intenção de vivenciar as duas formas de maternidade, mas até então não era um desejo latente, mas um sonho adormecido, até o dia em que conheci a Rafaela.


Rafaela era uma menina de 11 meses, com o tamanho e comportamento de um nenenzinho de 6 meses. Ela tinha mais 5 irmãs, meninas lindas e muito mal tratadas pelos pais que eram usuários de drogas e deixavam as meninas sempre muito abandonadas.


Um dia minha diretora comentou comigo que o Conselho Tutelar pretendia abrigar as meninas e quem sabe, mandá-las para a adoção. Na mesma hora pensei em Rafaela e ao chegar em casa comentei com o meu marido que precisávamos ir ao fórum ver o que deveríamos fazer para ficar com ela.


Esse foi o primeiro passo da jornada! No fórum descobrimos que havia uma fila de interessados em adoção e que deveríamos nos inscrever e passar por entrevistas. Nos explicaram como é o processo de destituição do poder familiar e que não tínhamos chances de ficar com Rafaela.


Ficamos bem tristes, no entanto entendemos que aquele era um sinal de que a adoção era nosso caminho, por isso fomos ler mais e aprender sobre esse tema que era desconhecido pra gente, mesmo o meu marido tendo uma irmã adotiva.


Pouco tempo depois de habilitados, fomos visitar um abrigo em Santos chamado “Casa Vó Benedita”. Eu esperava chegar lá e encontrar montes de bercinhos enfileirados e o meu bebezinho dentro de um deles. Mas a realidade não é essa, encontrei meninos e meninas na faixa de 5 a 12 anos ansiosos por uma família. Quando já íamos embora, meio chateados, o Leonardo tropeçou num pézinho e no mesmo segundo o dono do pézinho pulou no colo dele.


O dono do pézinho era o Natanael, na época um menininho gordinho de 7 anos, mas parecia ter 5. Ele nos abraçou muito apertado e perguntou por que eu demorei tanto para ir buscá-lo. O meu coração bateu forte, me deu um nó na garganta e percebemos que aquele era o nosso “bebê”. Conseguimos a guarda dele, levamos ele para a nossa cidade e passamos por todas as delícias e agruras do processo de adaptação. O processo de adoção demorou 5 longos anos, e quando chegou ao final tivemos uma surpresa, nos chamaram para conhecer um casal de irmãozinhos.


Luana era uma bebêzinha de 2 anos e Aloísio um garotinho de 3. Estavam abrigados por negligência da família biológica, mesma família que resolveu brigar por eles quando pedimos a guarda. Vieram para completar e alegrar ainda mais a nossa casa.


Me tornei mãe há 10 anos e quanta coisa mudou nesse tempo! Me separei, casei de novo, mudei de estado, de cidade, voltei para perto dos meus pais aqui em Santo André, mudei de emprego, fiz novos amigos, mas uma coisa não mudou: são 10 anos em que sou muito mais feliz do que fui em todos os outros 29 anos em que não era mãe.


Sei que tudo que aprendi e aprendo com meus filhos, todas as mães adotivas ou biológicas aprendem com os seus, mais a maior lição que tive é que filho é de alma, e alma não tem cor, não tem idade... alma tem brilho e a deles iluminou a minha.



2009


Glaucia Oliveira

http://supercriativobyglau.blogspot.com


- Tema: Mãe de filhos adotivos
- Nome da mãe: Gláucia Oliveira
- Nomes dos filhos: Natanael, Aloísio e Luana

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