23 de agosto de 2011

Quase biografia de um grande amor

Caramba! São duas e trinta da madrugada e eu aqui sem conseguir dormir. Tem hora que eu queria morrer, tem hora que acho que a morte não resolveria todos os meus problemas e tem hora que acho que meus problemas nem são tão problemáticos assim, comparando-os com tantos de tantas pessoas nesse mundão de meu Deus. Antes de qualquer coisa, devo me apresentar, meu nome é Priscila.

Acordar de madrugada para pensar em dívidas e no que vestir pela manhã parecem ser problemas terríveis, mas cabe a cada um deixar os pensamentos do tamanho que quer. No alto dos meus quase 30 anos, sempre achei que minha vida fosse boa, porém, sempre tive a impressão de que algo faltava, havia um buraco no meu mundo interior que estava difícil de preencher e eu não sabia o porquê. Nunca vivi bem o suficiente.

Baladas nunca foram suficientes para diversão. Você sai, bebe, dança, acha que está super feliz, volta para casa, fica “deprê” e dorme. Quando acorda, a cabeça roda, você lembra metade do que viveu e acha que está bom. Mas para mim não estava. Nunca esteve!

Trabalhar é a mesma coisa, você levanta cedo todo dia, toma um banho, escolhe o que vestir (no meu caso, passo quase meia hora escolhendo, tirando e colocando roupas e mais roupas...tudo me engorda), então pega um ônibus cheio e vai em pé até o trabalho, isso em cima de um salto de dez centímetros, que é para ficar chique. Chega ao trabalho completamente amassada e não tem tempo nem para tomar uma xícara de café, porque o seu chefe já lhe pede algum relatório ou, pior, pede o café dele. Mesmo ganhando um salário de fome, você acha que está bom. É normal, muitas pessoas fazem isso todo dia. Mas para mim isso não era bom. Não tinha motivação.

Passei grande parte da vida procurando um homem decente para viver ao meu lado, dividir sonhos e realizá-los. E encontrei! Realmente a pessoa por quem me apaixonei é formidável. Carinhoso, amigo, romântico, mas que tem defeitos (eu acho!). Tudo bem, às vezes são coisas da minha cabeça. Mas, puxa vida, não é possível que a pessoa não consiga ir ao banheiro sem tirar o tapetinho do lugar. Isso é demais. Imagine: você coloca o tapetinho lá, todo bonitinho e daí, vem a pessoa que você mais adora e acha fofo e arrasta o raio do tapete para longe. Então, pacientemente você vai lá e arruma de novo e a pessoa amada volta e arrasta o tapete para outro lugar. Não é possível!!! Quem aguenta? Enfim, mesmo com pequenos defeitos, é uma pessoa maravilhosa. (Amor, abaixe a tampa da próxima vez, please!) Contudo, todo esse amor e paixão, não eram suficientes na minha vida. 

Uns diziam: “Procure Deus”. Eu já encontrei Deus faz tempo, ele mora no meu coração e caminha comigo por todos os lados. Mas minha carência não era em relação a minha fé, ou em relação a carinho de um companheiro. O buraco a que me refiro era no sentido de não ter uma motivação para trabalhar e lutar por algo. Até mesmo lutar pela minha vida.

Um dia, passando mal, com tonturas e cólicas leves, me deparei com o fato de minha amiga mensal não estar tão mensal assim. Estava atrasada dez dias e claro que só pude pensar em uma coisa: “Estou grávida!” Não quis fazer testes de farmácia, pois sei que podem falhar, e queria um resultado preciso. Fiz o famoso exame de sangue e... POSITIVO!

Foi um misto de sensações que vivenciei naquele momento. MEDO, angústia, alegria, MEDO, felicidade, MEDO e MEDO de novo. Ser mãe? Eu? Como? Sempre disse que seria mãe um dia, mas e agora? Como iria ser? Eu não estava preparada! Não tinha casa comprada, nem poupança na “Caixa” e o principal, não estava preparada psicologicamente para isso. Era uma loucura, mas eu sabia que poderia acontecer a qualquer momento, já que não estava tomando anticoncepcional e nem me prevenindo de forma alguma. Mas sabe quando você pensa: “Ah, até acontecer vai demorar, até lá eu vejo o que fazer, eu mudo.” Pois é, aconteceu mais rápido do que eu pensava e não me preparei.

Tantas coisas acontecendo naquele momento. Pessoas doentes na família, correrias, casa e marido pra cuidar. Mas tudo bem, seria mais um desafio na minha vida e realmente foi.
Passei os nove meses da minha gravidez me sentindo totalmente despreparada para a maternidade. Nesse meio tempo, perdi entes queridos, passei por algumas dificuldades, mas cada ultrassom que fazia me animava. Era muito gostoso ouvir o coraçãozinho daquela pessoinha ali dentro. Mas o medo continuava presente, sempre!

Sempre fui uma pessoa totalmente independente, de personalidade forte e sem paciência, e ter uma pessoa dependendo de mim 24 horas por dia seria algo terrível. Pelo amor de Deus! Como alguém poderia achar legal trocar fralda de cocozinho, ouvir choro de madrugada e não dormir mais a vida inteira? Falavam-me: “Olha, quando você vir aquela carinha linda sorrindo para você, tudo vai mudar.” E eu respondia: “Ah, gente, pelo amor? Estou é perdida mesmo! Nunca mais terei minha vida de volta!”

E olha, para ser sincera, até hoje não tive minha vida de volta e acho que nunca a terei.

Mas você acha que estou triste, depressiva?

Que nada!

Agradeço muito por não ter mais aquela vida chata de volta, porque agora sim sei o que é Viver Bem. Viver bem é viver o melhor da vida, no meu caso é a maternidade. Encontrei o meu grande amor: minha filha.

Já ouvi dizer que quando nasce um filho, nasce também uma mãe. Sabe que é verdade? E posso dizer com todas as letras que me orgulho de ser mãe. Realmente me sinto mãe. E não tem nada mais gostoso neste mundo do que olhar aquele rostinho lindo te encarando com o sorriso mais sincero do mundo e até do espaço sideral.

Curtir um dia ao lado da minha filha é realmente curtir a vida. 

Baladas com amigos? Quero isso não! (Está bom, vai...de vez em quando – mas só se minha filha estiver bem, senão nada feito)

Trabalho? Continua chato, mas pelo menos agora eu sei que quando sair do escritório vou ter uma coisinha fofa me esperando, que vai me abraçar e me dar aquele beijo gostoso. (Ela está aprendendo)

Marido? Continuo apaixonada e a cada dia me apaixono mais, principalmente por ele ser um ótimo pai e fazer nossa filha feliz – mas, ele ainda me irrita com o lance do tapete e da tampa do vaso sanitário. Realmente é muito irritante!

Noites de sono? “Isso não me pertence mais!” Mas estou feliz da mesma forma. Já estou até acostumada a dormir por intervalos, pelo menos não penso mais nos ditos problemas.

Se servir como resumo, viver bem é viver intensamente cada minuto ao lado de quem amamos, fazendo com que esses minutos tornem-se eternos em nossas memórias e em nossas vidas, porque só encontra a felicidade quem a procura. E eu sou feliz porque aprendi a viver. E muito bem!

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Priscila Trevine é nossa nova Colaboradora e irá dividir conosco suas experiências no mundo materno. É mais alguém para somar nossa turma tão divertida e animada. Conheci a Pri (tô amiga de infância já!) através de uma outra Colaboradora nossa: a Leandra Figueiredo. A Lê é uma amiga de longa data, não de infância rs, mas a considero assim! É uma mãe super criativa (vocês verão em breve alguns posts sobre este assunto e entederão porque digo isso!).  Li alguns contos da Pri e fiquei completamente apaixonada pelo seu jeito de escrever e a forma como aborda estes assuntos do nosso interesse, então a convidei a integrar o nosso time de Colaboradores!


SOBRE PRISCILA TREVINE...
Sou uma pessoa legal e ao mesmo tempo chata, dá pra acreditar? Dá sim! Pode apostar que você também é assim. Sou extrovertida, mas consigo ser séria quando necessário. Gosto de quase tudo, mas detesto fingimento, falsidade, mentira e injustiça. 

Ah, e também não suporto pessoas que ouvem "funks eróticos" sem fone de ouvido. Sou super estressada e impaciente até. Mas consigo ser carinhosa e amiga quando preciso. Não, não sou doida. Pareço, mas não sou. Sou apenas uma pessoa normal com dúvidas, que busca saná-las nesse mundo "internético". 

Sou formada em Letras, mas não sou Professora (e nem quero ser). Amo escrever e procuro ser eclética em meus textos, porém a crítica faz parte do meu ser (rs). Busco informar, mas ao mesmo tempo gosto de fazer rir, pois considera que rir é o melhor remédio para uma vida problemática. Já ia esquecendo a parte principal: sou mãe de primeira viagem! Casada há 4 anos e meio...29 anos...minha filha Luiza tem 8 meses e 3 semanas Meu blog é eclético... .: http://ecletikablog.blogspot.com .:


RECADINHOS:

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