18 de maio de 2012

Dedo em gatilho: o susto que tomei

Hora do papá. Sentei o filhote no cadeirão e puxei a bandejinha para perto dele. Senti um obstáculo e parei. Era o polegar do pequeno. Mãe desesperada, filho que chora. Beijo, colo… passou! Ufa! “Deixa a mãe ver como está”. Susto! O polegarzinho esquerdo ficou travado, dobrado. Mãe de m… destroncou o dedo da criança! Aperta daqui, aperta de lá, e ele nem se abala. Nada de dor. Tento forçar, e ele reclama. No mais, sem inchaço, sem dor, sem hematoma. Na hora da mamadeira, aproveito a concentração e o relaxamento para ver o dedo, massageio para ver se ele reclama de dor e… O dedo volta pro lugar! Mãe comemora, feliz da vida. Vamos dormir.


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 Depois da linda noite de sono, vou ver o dedinho. E para minha surpresa, estava travado de novo. Ai, meu Deus! Faço aquela massagenzinha do dia anterior e o dedo volta. Mas que diabos é isso? Solução: PS Ortopedia. Diagnóstico, nas palavras do médico: “É de nascença, chama-se polegar em gatilho, é comum. Ele sempre teve isso, mas você nunca percebeu”. Pensamento da mãe: “Médico safado, tá achando que nesse 1 ano e pouco eu nunca prestei atenção ao dedo do meu filho? Cirurgia? Tá doido? Vá pastar”.

Em três dias, visito mais três ortopedistas: todos concordam! O pior foi um deles que disse o nome do problema e já foi fazendo a ficha da internação e da cirurgia. Sem conversar sobre anestesia, recuperação, riscos, causas… Tipo Drive-thru da cirurgia ortopédica. Um número 3, por favor, com anestesia geral, sem fisioterapia!

Quarto ortopedista, especialista em mãos, Dr. Sérgio Gama (Hospital Cristóvão da Gama, em Santo André). Superatencioso e carinhoso com o pequeno, me acalmou dizendo que a culpa não tinha sido minha. Realmente é um problema congênito, mas que não foi percebido por que o dedo voltava ao lugar facilmente. Com o pequeno trauma do episódio do cadeirão, o tendão engrossou um pouco mais e agora não passa pela polia. Dedo em gatilho é assim: o tendão passa por polias, como um trenzinho num túnel. Por alguma razão, o tendão adquire uma calosidade e trava no “túnel”. Se forçar, ele passa. Com o tempo, pode engrossar mais e travar de vez (como aconteceu com o pequeno). Não adianta fisioterapia, imobilização. O procedimento é cirúrgico. Infelizmente com anestesia geral para a idade dele. Inalatória, sem entubação (coisa que outro pediatra me disse que iam colocar aparelhos para respirar por ele durante a cirurgia!!!). Não há como ser local, porque ele não vai ficar quieto e vai se assustar com o ambiente. A dose é mínima, o suficiente para ele ficar sedado por 15 minutos, o tempo da cirurgia. O médico também aconselhou a fazermos o mais rápido possível, pois o filhote estava na fase de desenvolvimento motor, e com o movimento de pinça tolhido, toda a aprendizagem dele poderia estar comprometida. Mãe-psicopedagoga preocupada…

Em menos de quinze dias, filhote entrou na sala de cirurgia, no colo da mãe, com touca, sapatinho e camisola. Outra mãe aguardava o retorno na filha com o mesmo problema. Enquanto ela se debulhava em lágrimas, eu permaneci forte e encorajei o pequeno a ir com a enfermeira cheirar um negócio bem diferente (ainda tenho medo da minha fala apológica!). Fez toda a diferença. Em menos de 20 minutos, o doutor estava de volta, dizendo que a cirurgia tinha sido um sucesso, que ele estava sentadinho na mesa, brincando com a enfermeira. Só chorou na hora de inalar a anestesia. Era questão de ele acordar, se alimentar e voltar para casa. Sem antibiótico, só com analgésico e anti-inflamatório (se precisar). Em meia hora ouvi seu choro, e as enfermeiras permitiram minha entrada na sala de recuperação de anestesia. Ele se acalmou, e eu já fui logo explicando o que era o curativo. Maior papo-cabeça entre mãe e filho de 1 ano e meio!

O mais difícil foi convencê-lo a permanecer com o curativo em casa: “Tira, mamãe, tira!”. Mas,em 20 dias os pontos caíram e a mãozinha estava lá, com um grossinho na cicatriz (que já sumiu, diga-se de passagem). Sem fisio, sem nada. Supersimples.

Confesso que me senti muito culpada. Mas o médico que realizaou a cirurgia fez um trabalho muito humanizado e me tranquilizou. Foi essa calma que fez toda a diferença. O tempo todo procurei transmitir segurança ao meu filhote. Em nenhum momento percebi ele assustado.

Se seu filho tem esse problema, não tenha medo, mãe! Procure um profissional em quem sinta confiança, nem que você consulte muitos ortopedistas e repita o mesmo discurso ene vezes. A cirurgia é simples e de recuperação rápida. Quanto antes for feita, menos seu filho vai se recordar do momento. Em gatilho, agora, só o desenvolvimento do meu meninão!

Respira uma mãe aliviada, sem traumas, sem remorso.


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Em crianças, oacometimento é mais freqüente no polegar, conhecido como polegar em gatilho congênito, e raramente ocorre nos outros dedos, independentemente do sexo, apresentando 25% de bilateralidade. Nos adultos é mais comum nas mulheres, no lado dominante e na idade entre 50 e 59 anos. O dedo mais afetado também é o polegar, porém, é co-mum a ocorrência de gatilho nos outros dedos(4). Os sintomas variam deleve desconforto local até a presença debloqueio tendinoso, principalmente no período matutino, o que leva à incapacidade de estender ativamente o dedo, que permanece bloqueado em flexão. Muitos pacientes relatam que inicialmente apresentaram, durante a movimentação, apenas um estalo ou ressalto no dedo afetado. Posteriormente, esse sintoma evolui com bloqueio e, às vezes, o paciente só consegue estender o dedo, imprimindo força externa para o seu desbloqueio. Clinicamente, esses pacientes podem apresentar um nódulo no tendão, que é freqüentemente palpável(5).

Fonte: Revista Brasileira de Ortopedia. 



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Dia do Museu - Dicas de passeios

Vocês sabiam que até o dia 20 de maio, será comemorada a 10ª Semana de Museus com eventos por todo país? 

A Semana Nacional de Museus acontece anualmente para comemorar o Dia Internacional de Museus (18 de maio). Nesse ano, a sua 10ª edição ocorrerá entre os dias 14 e 20 de maio, quando instituições museológicas de todo o país promoverão eventos em torno do tema Museus em um Mundo em Transformação – novos desafios, novas inspirações. 




Tem muita atividade cultural acontecendo em todo o Brasil e você pode conferir a programação preparada para os museus da sua região abaixo:


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