Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) definiu em 1998
“Uma alimentação infantil adequada compreende a prática de aleitamento materno
e a introdução, em tempo oportuno, de alimentos apropriados que complementem o aleitamento
materno”. Importante, antes de qualquer coisa, salientar que o
aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses, não sendo necessário
oferecer nem água à criança, uma vez que na composição do leite materno já tem a
quantidade necessária para hidratar a criança.
A partir dos seis meses o organismo da criança já está
preparado para receber alimentos diferentes do leite materno, que são chamados
de alimentos complementares, mas mesmo com essa introdução o ajeitamento
materno deve ser prorrogado até os dois anos de idade. Ela jamais deve
substituir o aleitamento materno ou artificial.
Crianças que utilizam fórmulas infantis essa introdução de
alimentos complementar começa mais cedo, a partir dos quatro meses.
Além de suprir as necessidades nutricionais das crianças, a
alimentação complementar aproxima as crianças dos hábitos alimentares da
família, por isso a importância de que esses hábitos sejam saudáveis.
Aos seis meses a criança já tem desenvolvidos os reflexos
necessários para a deglutição, também manifesta excitação à visão de alimentos
e já sustenta a cabeça por isso já pode ser oferecidos alimentos com uso de
colheres, além de estar iniciando a erupção dos primeiros dentes que ajudam na
mastigação. Nessa fase também começam a desenvolver o paladar e com isso
estabelecer preferências e aversões alimentares, é o início da formação dos
hábitos alimentares, processo esse que vai durar até oito anos e daí sim levar
para o resto da vida.
Naturalmente as crianças tendem a rejeitar as primeiras
ofertas dos alimentos, pois tudo é novo: a colher, a consistência e o sabor.
Mas o alimento novo deve ser oferecido de 8 a 10 vezes para que tenhamos
certeza da aceitação e sempre mudar a forma de preparo ou apresentação. É um
exercício de tempo e paciência. Recomenda-se
introduzir os novos alimentos de maneira lenta e gradual, um de cada vez, a
cada 3 a 7 dias, já que a criança precisa se adaptar aos diferentes sabores,
aromas, texturas e consistências.
Um item importante a ser lembrado é que com a introdução de
novos alimentos a oferta de água deve ser aumentada mesmo que a criança ainda
continue recebendo aleita mento materno para que fique hidratada.
Vou fazer um esquema simples, lembrando sempre que se deve
procurar uma orientação mais específica com pediatras e nutricionistas.
·
6 MESES:
o
Introdução de frutas em forma de suco – utilizar
frutas com baixa acidez como laranja lima e mamão. Cenoura e beterraba também
podem ser usadas em forma de sucos.
o
Podem ser oferecidas sozinhas ou misturando
sabores.
o
O suco deve ser natural e feito na centrífuga ou
liquidificador, coado e sem adição de açúcar ou água.
o
Pode ser ofertado em primeiro lugar na colher,
depois em copos e em último caso na mamadeira, principalmente em crianças que
mamam no peito, pois o uso de mamadeira faz com que a criança fique com
“preguiça” de sugar o peito.
o
Após adaptação da criança ao suco, que deve
durar algo em torno de duas semanas, pode ser introduzida à fruta raspada ou
amassada, utilizando: banana maçã, maçã, pera e mamão papaia.
·
7 MESES:
o Iniciar a papa salgada de legumes e verduras
o Legumes e verduras que podem ser usados
separados por semelhantes: Batata/ Mandioca/ Inhame; Cenoura/Abóbora;
Mandioquinha/ Chuchu/ Beterraba; Couve /Acelga /Alface; Pouco sal, alho e cebola;
Caldos naturais (caseiro, nunca industrializados) de frango ou carne.
Não bater no liquidificador, cozinhar com pouca
água e amassar. Não deixar os alimentos extremamente cozidos para que não haja
perda de nutrientes e deixe a textura pouco atraente e apetitosa.
Separar os alimentos para que a criança conheça
e identifique os sabores
Dar preferências a legumes e verduras frescos e,
se possível, orgânicos.
Quanto mais diversificado o cardápio nessa fase, maior a aceitação a novos ingredientes pelo resto da vida.
Quanto mais diversificado o cardápio nessa fase, maior a aceitação a novos ingredientes pelo resto da vida.
·
8 MESES:
o
Iniciar a segunda papa salgada de legumes e
verduras
o
Iniciar a introdução de gema de ovo (clara ainda
não, só após 1 ano), caldo de feijão, caldo de lentilha e carnes desfiadas
o
As papas salgadas já podem ser oferecidas nos
horários de almoço e jantar da família, desde
que amassados, desfiados, picados ou cortados em pedaços pequenos e que
não sejam utilizados temperos industrializados, excesso de sal, pimenta,
alimentos gordurosos como bacon, linguiça entre outros
·
10 MESES:
o Complementar as papas salgada e doce com
cereais, arroz, macarrão;
o As frutas podem começar a ser apresentadas em
pedaços maiores, estimulando a mastigação;
o Podem ser adicionadas as farinhas como farinha
láctea, farinha de aveia, mucilon.
·
12 MESES:
o
Alimentação habitual e saudável da família;
o
Incluir todos os grupos de alimentos: Cereais e
tubérculos (arroz, mandioca, batata doce, macarrão, batata, cará, farinhas
mandioquinha e inhame), Hortaliças e frutas, carnes e ovos (inclusive miúdos) e
grãos (feijões, lentilhas, ervilha seca, soja e grão de bico)
o
Observar para que o tempero em geral não seja
muito acentuado e nem usar produtos industrializados (como caldos e pozinhos em
geral).
o
O leite de vaca pode ser oferecido nessa fase,
mas não puro e sim misturado com frutas ou cereais, para evitar problemas de
alergia.
Imagens: Google
Gostaria de salientar alguns detalhes para evitar problemas
com botulismo, doença grave que causa paralisia muscular e morte por parada
respiratória.
O consumo de mel e de alimentos em conserva, como palmito e
picles, e os alimentos embutidos como salsichas, presunto, salames e patês
constituem fontes potenciais da bactéria causadora da doença e devem ser
evitados, já que oferecem maior risco de transmissão de botulismo alimentar.
Segue um link de um material disponibilizado pelo ministério
da saúde: Os 10 Passos da Alimentação Saudável para Crianças Brasileiras
menores de 2 anos está em pdf e pode ser baixado para complementação de tudo
que foi dito:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/folder_10passos.pdf
Um abraço e muito obrigado a Keka pelo
convite.
Luciene
Ap. Alves
Nutricionista
CRN3-7324
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