19 de março de 2013

Se virando nos 30





Como hoje é dia de papo de Mãe, hoje eu queria falar com aquelas que se viram no 30 e são pais e mães. Faço parte de um grupo e um dia fui mencionada pela querida Luana Costa. Pedindo um help, ela fez um afago nesse status e eu respondi de coração. Com a permissão dela compartilho aqui. Vai que tenha alguma outra mãe que também é pai, que nos lê... se servir pra acalmar esse turbilhão de emoções que é a maternidade, intensificado pra quem se vê com toda a responsabilidade, já vai valer e muito.

A pergunta:
Galera vim compartilhar uma coisa com vocês meninas e meninos. Estava eu lendo, buscando artigos sobre como lidar com a ausência e achei isso.

"Já os filhos abandonados total ou parcialmente pelo pai têm dificuldade de lidar com sentimentos gerados por este abandono, o que vai trazer conseqüências imprevisíveis. "Estas crianças apresentam um núcleo depressivo que pode levá-las a sentimentos de baixa auto-estima, de não serem merecedoras de amor. Além de gerar sentimentos de ódio e de inveja de difícil manejo. A mãe mais madura emocionalmente ajuda os filhos a superar a ausência do pai e evita que as fantasias de abandono predominem"
Ai me pergunto como ser uma mãe emocionalmente madura pra evitar que meu filho tenha marcas dessa ausência.

Essa dúvida me consome. Acredito que algumas mães e pais aqui que já tenham um filho maior, de 3 anos e tenha isso mais bem resolvido que eu. Preciso da dicas, vocês leram livros, procuraram psicólogos, deixaram a vida correr. Como se tornar essa pessoa forte emocionalmente? Como passar da melhor maneira pro filho a ausência da outra parte?

Vanessa Ardisson te marquei por que acho você eu exemplo foda dessa maturidade emocional, me passe o segredo..rsrs

A resposta:

Ganhei meu dia gata! Primeiramente obrigada viu? Que honra. Agora falando sério, eu descobri minha gravidez sendo uma menina e o amor ao meu filho se misturou ao medo de não dar conta. Um medo maior pela parte financeira. Foquei na responsabilidade. Ele tá aqui e eu sou a maior responsável por isso, vamos à luta. Acho que isso trouxe um amadurecimento, inclusive emocional. 

Você vê seu esforço e vê a outra parte que deveria estar igualmente envolvida fugindo dos deveres. Poxa, pense: teu filho, um pedaço de você, teu maior amor no mundo, você faria tudo né? Se a pessoa não pensa assim, com alguém que é um pedaço dela também, não sei o que vai na cabeça e no coração. Será que ele possui? Detalhes, não gaste neurônios, encare os fatos: o presente É SEU. Viva, cuide, valorize cada momento, cada sorriso, descoberta. 

O vínculo mãe e filho (a) só tende a crescer e tudo se tornará mais leve. Você quase não pensará na ausência, vai acabar acreditando que se existisse só você e a cria no mundo, o mundo já estaria completo. A mágoa pelo abandono dará lugar ao respeito, afinal a pessoa te deu o que você tem de melhor. Mas isso não é logo, demora um tempo. Acho que alcancei essa fase "0% mágoa e total respeito" quando Enzo tinha 2 anos. Com o crescimento da criança, a entrada na escolinha, surge a curiosidade em relação ao familiar ausente. Para isso faço terapia e recebo orientação pra dar ao Enzo as melhores respostas, sem nenhum "pre-conceito" diante da figura ausente. 

Na verdade, pra mim, a criança só está questionando, ela não quer longas explicações e nem é depressiva por causa de uma falta que ela nem sente ainda que tem. Busco tratar o assunto com naturalidade, não faço cara feia, esclareço o que meu filho quer. Ele tem um pai no papel, que obrigado pela justiça cumpre o mínimo de dever e me preocupo muito em não praticar alienação parental. Se ele quiser, se o pai quiser, no momento certo para os dois, eles vão se conhecer mais profundamente. E cada um irá tirar uma conclusão desse momento. 

O Enzo formará o conceito do pai por ele mesmo, e o pai... vai saber. Talvez perceba que a imaturidade o fez perder um tempo que não volta.

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