28 de setembro de 2011

Relatos

São muitas as pessoas que conhecemos que já sofreram acidentes de trânsitos, seja do lado de dentro, seja do lado de fora do carro. Em alguns casos, os acidentes deixam apenas marcas na memórias, mas em outros, ficam as cicatrizes também. Vamos contar aqui histórias de mães e filhos que já passaram por esse susto.

 

Quando era criança minha mãe viajou para o interior com meu irmão, e pedi para ficar com meu pai, pois adorava ir trabalhar com ele. Eu tinha uns 7-8 anos (hoje tenho 36). Na época, não havia a cultura de que criança deve sentar-se apenas no banco de trás e menos ainda se usava cintos de segurança, nem mesmo em estradas, pois não havia fiscalização. Então fui sentada ao lado do meu pai, que dirigia o carro, no banco da frente e sem cinto de segurança. Uma lotação simplesmente parou, sem dar sinal. Era um dia em que a pista estava molhada, pois havia chovido. Embora tenha brecado e não estivesse em alta velocidade, o carro bateu na traseira da lotação e eu bati com a testa no vidro do carro. Não atravessei o vidro por ter me segurado no banco, instintivamente. Por conta do acidente, tenho uma cicatriz na testa. Foram em torno de 35 pontos. Além disso, desde então, tenho algumas lembranças bem confusas da minha infância. Tenho certeza de que andar com uma distância maior entre um veículo e outro teria feito diferença, mas fundamentalmente uma educação para prevenção de acidentes, como exigir que crianças se sentassem em bancos traseiros, utilizando cinto de segurança, por parte do meu pai, um adulto responsável por mim. Fiquei muito marcada pela experiência e custei muito a adquirir confiança tanto para andar de automóvel quanto para me interessar por dirigir, tanto que só fui fazer autoescola quando estava prestes a me formar na faculdade (1998). Andava de automóvel muito tensa, ficava me agarrando nos bancos... era realmente uma situação sofrida.Observe bem: pressa todos temos, compromissos, idem. Porém raciocinar como se a minha pressa fosse maior que a sua, não tem contribuído para um trânsito mais pacífico. O número de vítimas, principalmente jovens, só faz aumentar. Então isso mostra que a educação se dá pelo exemplo!

Ingrid Strelow, 36 anos. @ingridstrelow, www.desconstruindoamae.blogspot.com

 

Sofri um acidente em junho deste ano: quando eu atravessava uma avenida, a moto que vinha atrás do ônibus que estava parado não me viu e me atropelou. Eu estava com meu filho, de 1 ano e 10 meses. Com meu filho não aconteceu nada, felizmente,  já eu fraturei a bacia (quadril) e precisei até usar cadeira de rodas por um tempo. Creio que se a moto não tivesse vindo pra frente do ônibus, já que era uma faixa de pedestres, o acidente não teria acontecido. Depois do acidente pude analisar que, em avenidas muito movimentadas, a faixa para motociclista deveria ser obrigatória.

Natália Toledo, 27 anos. @Toledo_Naty,  http://www.facebook.com/profile.php?id=100002929488594, http://toledofamiliatricolor.blogspot.com

 

Estavamos a cinco minutos de nossa casa, no Raposo Tavares, quando um rapaz de 18 anos com 5 pessoas dentro de um carroe em altíssima velocidade bateu na nossa traseira numa curva. Ele perdeu o controle do veículo, bateu no nosso carro e capotamos. Eu machuquei os bracos, a boca e usei colar cervical por 1 semana. Minha filha, de apenas 3 meses, fraturou o fêmur e teve um leve traumatismo, o que a deixou 3 dias na UTI e com gesso por uma semana. Se o motorista não estivesse em alta velocidade, com certeza isso nao teria acontecido. O fato de ter muitas pessoas dentro do carro tambem influenciou na atitude do motorista, no sentido de querer aparecer na frente dos amigos. Depois do acidente, ficamos muito mais críticos e cautelosos. Ajudam, e muito, as cartilhas e as aulas de direção defensivas, mas acredito que se as leis de trânsito fossem mais rigorosas, os motoristas pensariam muito mais antes de sair dirigindo em alta velocidade, bêbados. No nosso caso, por exemplo, o rapaz que bateu na gente apenas perdeu a habilitação por um ano, teve que refazer as aulas - o que no meu ponto de vista foi absurdamente pouco perto do que ele nos causou! Costumo ver que poucas pessoas usam o cinto de seguranca, principalmente no banco de trás, e vejo também criancas fora da cadeirinha, ou no banco da frente, no colo dos pais. Mesmo sendo um trajeto curto, é necessário usar cinto e cadeirinha!

Fernanda Almeida, 29 anos, www.depoisdenovemeses.blogspot.com

 

Em 2009, estávamos voltando pra casa, passando por uma avenida. Minha filha de apenas 2 anos estava brincando com o meu celular na cadeirinha quando, de repente, ele tocou. Eu, sem parar o carro, virei pra trás pra pegar o celular e bati o carro numa árvore. A batida foi tão forte que até derrubou a árvore. A árvore pegou do lado esquerdo do carro, na frente, arrebentou o espelho e todos os estilhaços vieram em mim. Alguns  foram pra trás, lógico, mas nenhum machucou minha bebê. Se simplesmente eu não tivesse virado pra trás pra pegar o celular, nada disso teria acontecido. O ideal seria parar o carro pra poder pegar o celular e, enfim, atendê-lo. Acredito que não somente na semana do trânsito, mas sempre, as crianças deveriam assistir palestras educacionais e informativas. Mas, sinceramente, fica difícil quando a educação não começa em casa. Ter bons exemplos dentro de casa vale mais do que mil palestras. Eu ensino minha filha desde pequena, e quando a gente entra no carro ela já fala: Põe o cinto, mãe!

May Ishii, 25 anos, @studiomayishii, http://facebook.com/studiomayishii, http://studiomayishii.blogspot.com

 

O acidente aconteceu em 2009, num dia de inverno, bem chuvoso. Estava indo à clínica pediátrica, pra levar meu filho na emergência, pois a febre passava dos 39°. Trafegava pela rodovia, a principal, que ligava o bairro ao centro de Florianópolis, num horário bastante movimentado. Por causa das poças de água que se formaram, passei um por um buraco aparentemente banal, se não fosse o estrago que fez no pneu. Por causa das bordas irregulares (do asfalto), o pneu do carro estourou. Perdi o controle do carro e subimos a calçada que dá acesso ao canteiro central numa velocidade enorme. O carro seguiu desgorvenado por alguns metros e quando estava prestes a cair numa vala - um mangue, na verdade –, o carro voltou pra pista. O carro rodou na rodovia, dando uma volta completa e, para a minha sorte, não vinha nenhum carro vindo nesse momento. Esse giro completo fez com que o carro perdesse um pouco da velocidade e, pude com segurança parar no acostamento. Felizmente, ninguém se machucou porque não houve colisão. Estávamos bem protegidos: Meu filho de 1 ano e 10 meses na sua cadeirinha, minha filha de 7 anos e eu com cinto de segurança. Só ficamos bem assustados, pensando nas mil possibilidades de ter acontecido uma tragédia. Quando encostei o carro, só conseguíamos chorar e agradecer por estarmos vivos! Fiz a minha parte, seguindo o conselho do meu avô, de nunca - por mais desesperadora que seja a situação - soltar a direção do carro. Se tivesse soltado, certamente o carro teria capotado. E se o asfalto não se deteriorasse tão rapidamente no período chuvoso e fosse dada uma manutenção adequada à manta asfáltica, muitos acidentes poderiam ser evitados. E o mais importante para segurança dos passageiros é estar com os cintos de segurança e trazer sempre os bebês, crianças menores em cadeiras apropriadas a idade e ao peso.

Daniele Brito, 31 anos, @danielebt, http://balzacamaterna.blogspot.com

 

O acidente ocorreu em outubro de 2007, fazia exatamente 45 dias que tinha ganhado meu bebê. Eu, meu esposo e meu filho, voltavámos da praia em Santos de madrugada, estava chovendo um pouco, mas foi tudo bem na subida. Quando estavámos na avenida de casa, eu tirei meu filho do bebê conforto, pois ele estava chorando bastante e com fome, e, como estava no banco de trás, também tirei o cinto de segurança. Ao se aproximar do condomínio, meu marido foi pegar o controle do portão do prédio, mas ele acabou caindo. Ainda dirigindo, meu marido se abaixou para pegar o controle e, em frações de segundo, o carro bateu num poste.Meu marido fraturou a clavícula, mas teve sua recuperação rápida. Meu filho só teve leve arranhões no rosto. O caso mais grave foi o meu, que quebrei o cotovelo direito, rendendo 3 cirurgias no braço. Alguns médicos chegaram até a dizer que meus movimentos do braço não voltariam e provavelmente eu ficaria com alguma sequela. Hoje meu braço está totalmente recuperado, voltou o movimento 100%. Creio que se meu esposo não tivesse se abaixado para pegar o controle, se eu não tivesse tirado o meu filho do bebê conforto nem meu o cinto de segurança nada disso teria acontecido. Às vezes os motoristas estão chegando perto de casa e acabam ficando mais relaxados, mais tranquilos e é aí que os acidentes acabam acontecendo. Às vezes temos o hábito também de tirar o cinto de segurança quando estamos chegando em casa, quando o certo é tirá-lo somente quando chegamos ao destino, nunca se sabe o que pode ocorrer. No caso do meu acidente não houve culpa de outras pessoas, e nem do governo, aliás graças a Deus não tinha ninguém na rua, porque como subimos na calçada, poderímaos ter atingido alguém. A responsabilidade foi nossa mesmo, devemos ter mais atenção e não deixar de ficar atentos só porque estamos perto de casa, e sim continuar em alerta durante todo o trajeto.

Miriam de Oliveira Dias, 36 anos, http://www.facebook.com/mdeoliveiradias

 

transitoEspero que alguma dessas histórias tenha tocado seu coração, a ponto de mudar seus hábitos em relação ao trânsito! Afinal de contas, todos nós queremos dirigir vidas com + segurança!

diiirce

 

 

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