22 de maio de 2011

Eu e a "não" maternidade

 

moldura-grande cópia

 

Eu descobri que estava grávida aos 21 anos e foi como se o mundo caísse na minha cabeça. Eu alí parada de frente para o fax, olhando um pedaço de papel, onde a palavra POSITIVO se destacava em neon piscante.

Uns meses antes desse dia chocante, decidi procurar uma ginecologista, para fazer os exames de rotina e descobrir porque a minha menstruação atrasava tanto. Eu namorava a 3 anos, me previnia direitinho e mesmo assim a danada da menstruação teimava em atrasar. A médica me pediu uma série de exames, e o resultado foi que eu só poderia engravidar após fazer um tratamento. Após essa revelação, que na época não me deixou nem um pouco preocupada, eu e meu namorado relaxamos na prevenção.

Ai que estava o meu erro, algum tempo depois veio a noticia que eu não desejava receber. Enquanto meu namorado se sentia feliz e radiante, eu me sentia mortificada, desesperada e com vontade de sumir.

A grande maioria das mulheres dizem que a gravidez é um momento mágico, e eu fico me pensando onde foi que eu errei. Eu não tive um único enjoo, mas tive uma maldita dor de cabeça que me acompanhou dia e noite até o fim me enlouquecendo. Eu não tive azia, mas tinha mudanças de humor, muito sono e dores na costa (acho que isso muitas mulheres tem também), enfim, meu momento mágico parecia mais uma sessão de tortura.

Além de tudo isso, o parto me torturava, morria de medo. Principalmente porque na primeira semana que eu soube que estava gravida ganhei uma revista especializada em bebês, que tinha uma matéria falando sobre o parto, e dizia que a dor era o equivalente a amputar um dedo sem anestesia. Se eu já tinha medo, depois dessa matéria passei a sentir pavor.

Minha filha se desenvolvia bem dentro do útero, todos os exames estavam normais, tudo evoluindo tranquilamente.

Quanto eu estava de 7 meses, num belo sábado de sol, sai do serviço e fui visitar uma prima que faria aniversário no dia seguinte. Estavamos no shopping indo almoçar, quando me senti molhada, a primeira coisa que me veio a cabeça foi que a bolsa tivesse estourado, mas logo pensei que não podia ser já que foi como se eu tivesse feito só um pouquinho de xixi nas calças. Por pura insistencia da minha prima, procurei a enfermaria do shopping, e de lá fui encaminhada para o hospital de ambulância, com direito a sirene ligada e tudo.

No hospital descobrimos que a minha bolsa estava furada e que embora eu não tivesse sentido nenhuma dor anormal, eu já tinha dilatação. Tomei uma injeção para amadurecer o pulmão da minha filha, e fiquei parecendo um caminhão pipa, de tanta água que eu era obrigada a beber para repor o liquido que eu ia perdendo pelo furo. Na segunda pela manhã os médicos decidiram induzir o parto.

Tudo estava caminhando tranquilamente, eu não sentia nada apenas fome e sede, quando senti que algo diferente aconteceu, e chamei a médica, que terminou de furar a minha bolsa, e a tal dor resolveu dar o ar da graça. Senti uns vinte minutos de dor, mas essa dor não quero sentir nunca mais na minha vida, e quando digo nunca é nunca mesmo.

Minha filha nasceu pesando 1750 kg, mas graças a Deus não teve nenhum problema sério tirando a falta de peso. Foi um bebêzinho bem tranquilo, dormia a noite toda, acordando uma única vez pra mamar, mas mesmo assim eu ainda não conseguia sentir amores pela maternidade e nem me sentir estimulada a ter mais um.
Hoje ela tem 11 anos e eu estou com 32, nunca mais nem cogitei a possibilidade de um dia ter mais um filho, acredito muito, que existem pessoas que nasceram pra ser mães, e outras que deveriam passar longe da maternidade (eu).

Eu decidamente não tenho paciência com crianças, aquele chororô,  conversas sendo interromídas, querendo tudo que vê pela frente, ai não serve pra mim, isso me enlouquece. Se estou em algum lugar que tem uma criança fazendo birra eu saio imediatamente, não consigo ficar ouvindo os gritos sem ficar irritada. Outro ponto que também é decicivo para a mim é as despesas. Ter um filho é muito caro, quando vejo o preço de um pacote de fralda fico assustada e penso logo que as fraldas são só a ponta do iceberg.

Mas mesmo assim por incrivél que pareça as crianças me adoram, tem sempre uma querendo ficar perto de mim, e eu não faço muito pra agradar, mas elas gostam assim mesmo. Mas começou a fazer birra eu já devolvo correndo pra mãe.

Fora que mãe está eternamente de mudança, é carrinho, bolsa, mamadeiras, brinquedos, parece que carrega a casa nos ombros, e eu quantas vezes saio de casa sem nem levar bolsa pra não ter que carregar.

Você deve estar se perguntando, coitada da filha dessa mulher deve ter sofrido horrores né? Pois bem, quando ela estava quase completando um aninho, o meu namoro com o pai dela acabou, e eu recebi um convite para ir para a Europa. O pai dela, não deixou que eu a levasse sem antes me estabilizar. Ela passou a morar com ele e a mãe dele.

Morri de saudades dela, chorava muito em pensar em todas as fases que estava perdendo, e após 1 ano eu voltei.

Ela não me conhecia mais, estava a coisa mais linda (minha porção mãe babona se aposando de mim agora). E talvez o ato de maior amor que eu pude fazer por ela até hoje eu fiz, quando decidi deixa-la morando com os avós dela e o pai. Eu só pensava o quanto ela iria sofrer se eu trouxesse ela pra morar comigo. E até hoje ela mora com os avós, já que o pai dela está casado.

Tenho uma convivência maravilhosa com meus ex sogros, e com o pai da minha filha, e ela me vê todos os finais de semana, e nos falamos diariamente por telefone ou msn. Levo ela as consultas médicas, participo das reuniões da escola, levo em festinhas dos amigos, enfim, eu faço parte da vida dela, só não moramos juntas.
Claro que eu lamento ter perdido muito da vida dela, eu não sei como foram os seus primeiros passos, as primeiras palavras, perdi muitas coisas mesmo, mas eu fiz uma escolha, que na época me pareceu ser a mais correta, e hoje vejo que não foi bem assim, mas eu tenho que carregar a cruz com elegância, e vou continuar carregando até quando ela quiser.

Mesmo assim, não me sinto credenciada, nem estimulada a ter mais filhos, prefiro curtir os bebêzinhos lindos das amigas, que na hora que choram eu devolvo pra mãe e pronto. Posso dizer que sou uma mulher diferente, que não acredita que a maternindade me faz me sentir mais plena, e sou feliz assim.

Mas você que tem esse sonho em sua cabeça, que tem os hormonios em furia clamando por um filho urgentemente esqueça tudo que eu disse, até por que foram experiências e opiniões pessoais, siga em frente, porque tenho certeza que esse ser que  você vai gerar vai lhe trazer muita felicidade.

Flores pra você!

Hoje vou ser curta e grossa! rsrsrs

Não vou ficar enrolando pra dar o resultado do sorteio...

E nem vou dizer que amei cada declaração recebida nos comentários dessa postagem aqui.

Mas a verdade é que não poderei ficar com esse lindo vasinho de tulipas...

 



Porque quem ganhou foi a:

{São 13 participantes porque o primeiro comentário da Ana Paula, não conta... só a partir do segundo, quando ela faz a declarção dela}

vanessa azevedo disse:



6 de maio de 2011 às 9:45 PM

Minha mãe
O que passou por mim ninguém vai passar
Minha mãe
Eu sei o que sofreu por mim sem reclamar
Você daria a vida por mim
Só pra me defender
Faria qualquer coisa por mim sem se arrepender
Esse é o dom de amar que Deus te deu


Minha mãe
Valeu pelo carinho e atenção
Minha mãe
Valeu do fundo do meu coração
Pra você o seu maior presente fui eu
Então saiba que pra mim nós somos iguais
Pois você é o melhor dos presentes que Deus me deu


Mãe eu te amo demais


************


Meninas, vcs mandaram bem na declaração e tenho certeza que qualquer mãe iria amar! Obrigada pela participação de todas e continuem ligadinhas que estamos quietinhas, mas com muitas novidades pra junho!!!!

Sobre o recebimento do prêmio

Informamos que damos o prazo de 24h (1 dia) após o anúncio dos sorteados/vencedores e pedimos que estes entrem em contato conosco através do e-mail: sorteio@testdrivemami.com, informando seus dados para envio. Lembrem-se que a vencedora deve entrar em contato com a gente!!

Sobre o envio do prêmio

Se dentro do prazo o vencedor/sorteado entrar em contato, enviamos o prêmio dentro de 7 dias e informamos o código de rastreamento para acompanhamento.  Se por algum motivo a pessoa não entrar em contato dentro do prazo, faremos novo sorteio.
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