29 de fevereiro de 2012

O brincar e o desenvolvimento infantil (parte 3 de 3)

No post de hoje, o último da série da cobertura da mesa-redonda promovida pela Pampers, teremos  a contribuição do Dr. Fabio Ancona, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, consultor da marca e um dos organizadores da trilogia Filhos, da SBP.

Crescimento X Desenvolvimento

Fabio_Ancona“Doutor, meu filho está se desenvolvendo bem?”. Muitos pais chegam ao consultório do pediatra com esta dúvida, mas no entanto estão se referindo ao crescimento dos filhos. A ansiedade dos pais é muito comum nos consultórios: querem saber se o filho já enxerga, quando vai andar, se já deveria estar falando… E quando chega o segundo filho, parece que tudo fica mais fácil. Na verdade, a carga de tensão dos pais é menor, o que acaba transmitindo mais segurança ao filho recém-chegado.

Mas voltando à pergunta tão comum aos pediatras, crescer e desenvolver são coisas distintas, ainda que relacionadas entre si. Crescer tem mais a ver com o ganho de peso de estatura, associados a elementos como fatores genéticos e ambientais, alimentação, atividade física, condições socioeconômicas, doenças, além da relação de afeto e carinho com seus pais. Já o desenvolvimento se refere às habilidades que a criança vai adquirindo ao longo de seu crescimento, como conseguir sustentar a cabeça, sentar, falar e andar. Desenvolver-se seria adquirir maturidade do sistema nervoso central, cuja avaliação é imprecisa, pois aspectos sociais, neurológicos e psíquicos estão envolvidos no processo e que diferem muito de criança para criança.

Embora muitos pais se guiem por um senso-comum de que com tal idade a criança deverá estar fazendo tal coisa, é muito comum o atraso ou o adiantamento de algumas fases, visto que o organismo, o ambiente e os estímulos que cada criança recebe são diferentes, mesmo entre irmãos. Na realidade, o que existem são marcos do desenvolvimento, que acontecem, geralmente, por volta da mesma idade. Além disso, para que a criança atinja determinado marco, é necessário que ela tenha passado pela etapa anterior. O bebê, por exemplo, só consegue se virar se já tiver adquirido a habilidade de sustentar a própria cabeça.

Mês

Habilidade

Até o 6o mês

Reflexo de Moro: é o abraço que o bebê simula com a presença de barulhos ou de uma maior movimentação. Muitos consideram o movimento semelhante ao que a criança realiza quando toma um susto.

1 mês

Olha para a pessoa que o observa.

2 meses

Sorri, balbucia.

3 meses

Sustenta a cabeça.

4 meses

Alcança e pega objetos pequenos.

5 meses

Consegue se virar.

6 meses

Mantém-se sentado.

7 meses

Segura objetos e transfere-os de uma mão para a outra.

8 meses

Faz o movimento de “pinça” com os dedos indicador e polegar.

9 meses

Senta-se sozinho.

10 meses

Engatinha.

11 meses

De pé, dá passos com apoio.

12 a 14 meses

Caminha sem ajuda.

Estimular os bebês a adquirirem tais habilidades é muito importante. Ao amamentar, a mãe exercita as habilidades visuais do bebê, que com o tempo passa a perceber a função social do sorriso. Colocar brinquedos à distância num tapete, pode estimular o bebê a engatinhar. E assim para o resto da vida! O importante é a criança gostar do que está fazendo: se a criança vai à escola, à natação e à aula de judô e se sente bem em todas as atividades, não há razão para não permitir tais estímulos. O problema é quando uma atividade vira uma obrigação, uma vez que o princípio motivacional das crianças é o prazer, o lúdico.


Esperamos que vocês tenham gostado da série de textos (parte 1 e parte 2), porque a gente adorou o evento. Obrigada, Pampers!

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